quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Você se lembra? Por Butterfly


Não sei bem explicar esta saudade de tantas coisas que me remetem ao ontem. Fico perplexa quando ouço alguém dizer que não sente saudade de nada do seu passado. Se para mim às vezes é difícil sentir saudade, principalmente das coisas boas, das lembranças do tempo que não volta mais, imagino como deve ser para alguém ter que olhar para atrás e não sentir falta de absolutamente nada. É estranho, não é? Mas é muito mais comum do que você possa imaginar. Tem gente por ai que nem gosta de comemorar seu réveillon particular, ou seja, aniversário. Vai entender! Mas este é um assunto para ser discutido em outro oportunidade...
Até hoje recordo cheia de saudade das brincadeiras da infância. Barra bandeira, baleado, pula corda, elástico, amarelinha (eu dizia academia), vôlei com mais de 6 jogadores de cada lado, concursos de desfile ao som de Manequim do Dominó... Uma pena que naquela época tirar foto era artigo de luxo, não é como hoje que todo mundo tem uma câmera digital. Nossa, estou ficando velha mesmo.
Naquela época nem falávamos em internet. Moderno mesmo era fazer curso de datilografia e eu fiz, aos 14 anos de idade (risos). Sou da época de fita cassete e do disco de vinil. Pode até achar estranho, mas eu sinto falta daqueles LPs grandes, pois muitos vinham com fotos grandes e pôsters dos nossos cantores favoritos. Apesar dos carões de minha mãe, eu sempre colava fotos dos meus ídolos na porta do quarto.
Outra coisa que eu adorava fazer era colecionar papel de carta, álbuns e fotos de artistas. Guardava tudo em minhas pastas, com aqueles milhares de plásticos. Alguém ainda tem algum papel de carta? Eu dei tudo para minha sobrinha. Risos.
Minha infância foi ótima e acho que vivi na melhor época. As TVs brasileiras dedicavam horas de sua programação para as crianças. Eram tantos programas legais! Só o SBT tinha: Bozo, Simoni, Mara (minha favorita), Sérgio Malandro e Mariane. A manchete tinha a azeda da Angélica.
Enquanto isto, nas manhãs da Globo, Xuxa reinava sozinha, ou melhor, com sua grande turma composta por praga, dengue (até hoje não entendi como alguém coloca um nome de mosquito desses, para um boneco de programa infantil), moderninho (iéié), as paquitas (que menina nunca quis ser uma?) e os paquitos gatérrimos (eu adorava o Róbson, que tempos depois descobri que estudou com minha cara-metade).
E os desenhos? Ai ai. Quem nunca cantou ou ouviu: No meu sonho eu já vivi um lindo conto infantil, tudo era magia, era um mundo fora do meu e ao chegar desse sono acordei foi quando correndo eu vi um Cavalo de Fogo ali. Que tocou meu coração. Quando me disse então que um dia a rainha eu seria. Se com a maldade pudesse acabar e o mundo dos sonhos pudesse chegar. Numa distribuição World Vision: Cavalo de Fogo (risos). Eu aprendi tudinho. Outros hits favoritos eram a abertura de Jem e as Hologramas e Get along, get, get along (A nossa turma). Ria de me acabar com o cinismo do Snoopy e do pica-pau maluco. Adorava os desenhos de Hanna Barbera (Corrida Maluca, Jetsons, Flinstones, Mussarelas)...
E o que dizer dos brinquedos? De preferência tinha que ser da Estela. Tá certo que até hoje eu vivo traumatizada porque não tive uma Barbie ou uma caloi, mas eu pude aproveitar um pouco quando minhas colegas deixavam eu brincar, kkkkk. Eu tive uma Suzie, uma fofolete, um fofão e uma chuquinha, tá? (risos). Pogobol foi frebre e pirocóptero também. Apesar disso, para um amigo especial, este objeto voador, que era brinde para quem comia dipn’lik (eu adorava sabor uva) é motivo de trauma. Desculpa, amigo, mas tenho que contar. O coitado escreveu para o Bozo, foi sorteado e depois de semanas de espera, o presente que mandaram para ele foi um pirocóptero, pode? E o coitado esperando um vídeo-game ou uma bike (risos).Ah, se for ficar lembrando aqui da minha infância, não conseguirei colocar um ponto final neste assunto, nem no meu texto. Em resumo: é muito bom poder lembrar do passado com um sorriso largo e sempre sentir um friozinho gostoso na barriga, só de pensar no sabor da minha infância, que é um misto de bombom xaxá (sabor abacaxi), babaloo, 7belo ou pirulito do zorro. Minha infância tem sabor de quero mais!


2 comentários:

Três Virgens & Uma Taurina disse...

Qualquer coisa escrita é bem escrita e que ainda por cima remeta ao passado e infância feliz, que acredito tivemos, merece sempre um bom elogio. Diga-se que eu tb nunca possui uma barbie, mas...continuo vivo!
Isaac Carvalho

Ruth Costa disse...

Esse testo da "infancia" é ótimo. Me identifiquei muito. E não é que eu ainda lembro e sei cantar todin ha a música do "Cavalo de fogo". Näo é atoa que é difícil pra mim aprender coisas novas hoje, minha memória esta cheia de coisas ainda da minha infancia...
Ruth Costa