segunda-feira, 31 de março de 2008

Vento, chuva, raio e trovão (por Abelhinha)


Já pararam para escutar o barulho que as gotas de chuva fazem quando tocam o chão? Uma orquestra sempre muito bem ensaiada, emitindo aquela musiquinha que não tem refrão ou rima.


Esse fim de semana choveu muito na minha cidade. Uma chuva torrencial, feroz... com direito a trovão, relâmpago e ventania. Sei que para muitos era uma catástrofe. Sei que muitos não tiveram onde se abrigar durante essas noites, mas não poso deixar de registrar o quanto é tão bela as ações da natureza.

Me senti tão pequenininha esses dias, diante da grandeza daquelas cenas. Vi árvores se curvando ao vento, animais correndo ao ouvi o barulho raivoso que o trovão fazia e pessoas admirando respeitosamente a luz com que o relâmpago produzia para que todos tomassem conhecimento que mais que nós seres-humanos, existe uma força muito maior.

Pude presenciar algo que sempre falamos nos momentos difíceis, mas que por vezes pensamos que são apenas palavras: “Depois da tempestade vêm a bonança”. Ditado simples, mas a verdadeira sabedoria popular.

Após uma noite de tempestade, acordei com uma fresta de luz nos meus olhos. Levantei, abri a janela do meu quarto, e pude ver o sol... preguiçoso como todos nós naquela manhã ainda úmida, brigando com as nuvens como se elas fossem lençóis segurando os últimos minutos nos braços de Morfeu.

Tirando as poças d’água que serviam de lagos para que os pássaros tomassem seu banho matinal e matassem sua sede, o resto do cenário não denunciava a noite de revolta anterior. As árvores, pós se curvarem ao vento, tiveram a permissão de continuarem proporcionando sombra e abrigo. Os animais depois das reclamações do trovão voltavam as suas atividades normais, uns corriam atrás de seus inimigos, outros levavam comida para suas tocas e alguns apenas conferiam se seus filhotes estavam bem.

Para a maioria de nós, seres-humanos, de nada adiantou tamanha forma de demonstrar força. Infelizmente continuamos ignorando e achando que somos o centro de tudo. Só espero que assim como eu, outros tenham recebido e entendido a mensagem dos céus. Que o vento varre os maus sentimentos e as tristes lembranças. Que a água recarregue o corpo de coisas boas. Que o trovão anuncia o início de uma nova vida. Que os raios iluminem a direção para os melhores caminhos!

domingo, 30 de março de 2008

Sem Paixão (de Cristo) - por Orquídea Selvagem


Como toda boa nordestina, católica relativamente praticante e fã incondicional de Jesus Cristo, que pra mim é “O Cara”, resolvi que este ano iria à Nova Jerusalém, ver a famosa encenação da Paixão de Cristo de Pernambuco.


Não sabia eu, que quem iria enfrentar uma ‘via crucis’ seria a pessoa que vos fala. Sinceramente, acordar às 6h da manhã de um dia que eu não iria trabalhar para mim já era martírio mais que suficiente. Ledo engano, esse era apenas o começo.

Pontualmente às 7h chega a minha casa a van para nos levar a Pernambuco, antes faríamos uma paradinha em Caruaru e em Turitama (acho que é esse o nome) a famosa terra do jeans bom e a preço de banana.

Primeiro problema do dia: ninguém conseguia achar a casa de uma das passageiras, amiga nossa. O Bessa, famoso por se tornar um mangue após qualquer chuvinha, estava um lamaçal só. Foi um verdadeiro rally. Não conseguíamos parar de rir enquanto tínhamos todos os nossos ossos retirados do lugar pelos sacolejos do carro. Achamos a danada e fomos pegar os outros passageiros.

O carro era velhinho, mas o motorista, um argentino, era bacana. Sua assistente, que vestia um macacão frente-única preto, apertadíssimo e uma sandália alta prateada às sete da manhã de uma quinta-feira Santa chuvosa indo ver a Paixão de Cristo, também era.

Seguimos pela BR. Teve lanchinho no caminho com cartão de Feliz Páscoa. Coca-cola, bolo de milho e bolo-pudim (que adoro) para gente chegar lá com a glicemia nas alturas.

Perto da cidade do Cajá o carro vai para o acostamento. Os passageiros se entreolham com aquela cara de “ai, meu Deus, diz que é mentira”. Alguns minutos depois ele vem nos avisar com seu inconfundível sotaque: “A única peça que non podia quebá, quebô. Non tinha como revisar, era peça soldada. Ela partiu no meio”. Com o seu sotaque que passamos horas imitando depois, ele disse que ia tentar dirigir até o Cajá e nos colocar num ônibus para João Pessoa.

Chamaram um mecânico, mas o carro não podia ir até o Cajá.

Enquanto isso, uma das meninas que estava comigo e tem um probleminha nos rins, precisava urgentemente fazer xixi. Só tinha lama ao redor da estrada e nenhuma moitinha por perto.

Atravessamos a pista, que está em obras, pois do outro lado tinha um pé de Juá. Não escondia muito, mas a distancia podia poupar nossos companheiros de viagem de observar de perto alguns dos nossos detalhes anatômicos. Foi a primeira vez que fiz xixi num matinho. Ainda bem que nossa prevenida amiga trouxe papel. Difícil foi chegar atrás da arvore, o terreno era íngreme, tinha lama fresca e escorregava horrores. E a gente se agarrando nos galhos, se espetando toda nos espinhos do Juá só por causa de um xixi. Colhemos um monte de juá. Trouxe para minha mãe que gosta.

Tempos depois, na estrada, num mormaço de matar, uma kombi pára disposta a nos deixar em Santa Rita. Menos mal.

Quando o cara abre a porta da kombi, a surpresa: não havia bancos, só um monte de caixas de papelão que tornavam o chão ainda mais desconfortável. E o jeito? Minha coluna ainda vai reclamar um bocado.

No meio do caminho fomos fazendo graça da situação até que aparece um barbeiro (aquele da doença de chagas) dentro da kombi, pense no medo e desespero vendo o bichinho passear entre nós.

O homem da kombi sentiu tanta pena de nós que resolveu nos deixar em João Pessoa e não cobrou a viagem. Cheguei em casa bem antes do previsto e fui dormir, cansada que estava de tanto rir e nem tão triste por ter perdido a Paixão de Cristo.


quinta-feira, 27 de março de 2008

Vizinhos do barulho (por Butterfly)


Quem não quer ser feliz nesta vida que atire a primeira pedra em sua própria cabeça, não na dos outros (risos). Mas se quer ser feliz, respeite também que não está a fim de partilhar esta “felicidade”. Explico: muita gente simplesmente ignora a existência dos vizinhos quando realiza festas ou outros eventos em seu lar doce lar. Resultado: dor de cabeça generalizada, tanto para a vizinhança, quanto para os convidados que exageram nas doses cavalais etílicas, a diferença é que para estes, o efeito é apenas no dia posterior.
Não existe nada mais desagradável neste mundo que você tentar dormir, após um dia daqueles de árduo trabalho e não conseguir por culpa do vizinho mal educado. Sinceramente, até hoje não sei para que serve esta tal lei do silêncio! Só Deus e os meus ouvidos sabem das horas de sono perdidas, porque um vizinho sem noção e sem audição invadiu a minha casa, o meu quarto, sem pedir permissão. E para piorar, executando o que há de pior em se tratando de MPBosta, também conhecida como Música Pobre Brasileira, ou seja, bandas com nome de calcinha, ervas naturais, aviões, gaviões, etc.
Sem exageros, sou traumatizada até hoje. Quando vejo que um vizinho está preparando uma festa na casa dos meus pais, torço para que caia uma tempestade, o som pife, a bebida acabe (risos)... Não é por mal, mas apenas uma autodefesa. Fui obrigada a ouvir cada coisa estapafúrdia... Foram tantos dias de tortura, que devo ter pagado todos meus pecados do passado e do futuro.
Está certo que tudo depende da vizinhança, mas nem sempre a gente pode escolhê-la. E olha que nem sempre viver em uma região mais “chique” quer dizer que estaremos salvos do suplício. Eu já vi tanta coisa por aqui... Como moro em apartamento, às vezes é possível ouvir até o vizinho da frente, de cima, do lado...
Outro dia, ao passar pelo corredor, fiquei chocada. A mulher gemia tanto, que quase eu a vejo transando com o marido, ou sei lá o quê! O vizinho de cima... Não sei se ele existe, se é um fantasma, só sei que, quem quer que seja que mora ali, deve gostar muito de bola de gude e bater o martelo. Não importa a hora do dia, da noite, da madrugada, sempre ouço as bolinhas caindo no chão ou o “tamtamtam” do martelo. O vizinho da frente não sabe fechar a porta, ele simplesmente “dá uma surra” tamanho barulho que ouço. Talvez ele pense que aquilo é um gongo (risos).
E você, que tipo de experiência “inesquecível” vivenciou com os seus vizinhos?

terça-feira, 25 de março de 2008

Mais uma pirangueira no mundo (por Orquídea Selvagem)


As mulheres me perdoem, mas ouso confersar que dirijo melhor um fogão que um carro (e olha que só sei ferver água e fritar ovo). Sei que em breve conseguirei ir de casa para o trabalho ir ao shopping ou ir à cidades vizinhas, mas ter fé de que serei um az no volante como algumas mulheres que conheço, isso eu não tenho, não.

Olha que até me saí bem na auto-escola, passei de primeira na prova do Detran sem nunca ter pegado num carro na vida e ter feito só 10 aulas, mas tenho sérios problemas. Sempre que saio do carro esqueço tudo que aprendi, então na aula seguinte começo do zero.

Desde que tirei a carteira provisória e consegui bater um fusquinha em três carros diferentes e um pilar de concreto, tudo isso sem sair do estacionamento do meu prédio, criei pânico de guiar qualquer coisa que tenha quatro rodas e um maldito pedal chamado embreagem que acredito um dia, Senhor, hei de descobri pra que serve.

Comprei um carrinho do meu avô, renovei a carteira e eis que todo o pavor de voltar as ruas chega novamente. Chamei meu vizinho, ex-instrutor para me ajudar a pegar jeito com o danado do carro.

Acho que vou precisar pagar ao meu instrutor um adicional por insalubridade. Desde que engato a primeira começo a gritar e só paro para perguntar o que fazer ou quando chego em casa. E ai de quem falar comigo, se alguém me dirige a palavra, o volante empena automaticamente e fico querendo dar voltas em torno de mim mesma como uma galinha doida.

Admito: sou um horror no volante. Não consigo pensar, falar e dirigir ao mesmo tempo, na verdade acho que nem consigo pensar e dirigir... algumas vezes nem pensar eu consigo...

Mas o que não me falta é fé, com tanto motorista ruim no mundo ninguém vai notar mais uma pirangueira por aí.

Para completar minha alegria, depois de ter feito reparos no meu carrinho com cola super bonder e durex, de ter comprado aquelas coisinhas para melhorar o cheirinho e acabar minhas unhas arrancando os adesivos do dono anterior dos vidros, passando pelo estacionamento percebo que o carro está meio torto: um pneu vazio e três em vias de ficar. Dei ao porteiro do prédio um ovo de páscoa pela gentileza de ter se oferecido para trocar o pneu e não ter aceitado pagamento em dinheiro pelo trabalho.

Depois da minha via crucis pessoal na fracassada viagem a Nova Jerusalém na sexta-feira da Paixão nada melhor que pagar com um pneu furado no sábado de Aleluia.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Sou... (por Abelhinha)


Sou baixinha.
Sou gigante.
Sou simpática.
Sou branca e negra.
Sou Amarela
Sou frágil e forte.
Sou multifuncional.
Sou observadora.
Sou detalhista.
Sou medrosa e corajosa
Sou carinhosa.
Sou carente.
Sou chorona e sorridente.
Sou comilona.
Sou fastio.
Sou preocupada.
Sou apaixonante e apaixonada.
Sou sonhadora.
Sou consumista.
Sou amiga.
Sou indiferente.
Sou impaciente
Sou exata e humana.
Sou borboleta.
Sou leão.
Sou eclética.
Sou menina.
Sou adulta.
Sou crítica.
Sou exagerada.
Sou amante e amada.
Sou meiguice.
Sou inquietude.
Sou chinelos e escarpans.
Sou dependência
Sou independência.
Sou de Vênus.
Sou de lua.
Sou de virgem.
Sou mulher

sábado, 22 de março de 2008

Páscoa: a festa da ressurreição (por Butterfly)


Uma das festas mais importantes do Cristianismo, a Páscoa, é uma das datas mais esperadas pelas crianças e pelos chocólatras de plantão, por uma explicação óbvia: os ovos de chocolate. Este ano ela será celebrada dia 23 de março, mas no ano passado ela aconteceu dia 8 de abril. Você sabe por que a Páscoa às vezes é comemorada em março ou em abril? A Páscoa sempre é celebrada no primeiro domingo após a Lua Cheia, que acontece no dia 21 de março ou após este dia. Porém, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida pelas Igrejas que, para obter consistência, criaram uma Lua imaginária, denominada "lua eclesiática". Outra forma de calcular a data da Páscoa é saber em que dia será comemorada a terça-feira de carnaval que ocorre 47 dias antes da Páscoa. Como todos já sabem, após a folia de momo, os católicos celebram a Quarta-feira de Cinzas que é sempre realizada 46 dias antes da Páscoa e dado o início da Quaresma (que representa um período de penitência e meditação, por meio da prática da esmola, da oração e do jejum). A seqüência de datas varia a cada ano e só pode acontecer a partir de 22 de março e no máximo em 24 de abril, nunca além antes ou além deste período. A flexibilidade destas datas, fez com que a Páscoa se transformasse numa festa móvel. Mas se você não está a fim de ficar fazendo cálculos para descobrir quando acontecerão as próximas Páscoas, seguem as datas até o ano de 2015: 2009 - 12 de abril; 2010 - 04 de abril; 2011 - 24 de abril; 2012 - 8 de abril; 2013 - 31 de março; 2014 - 20 de abril; 2015 - 5 de abril. A Páscoa e os seus símbolos Assim como o Natal, a Páscoa também possui vários símbolos e cada um deles representa algo importante para os cristãos: Luzes, velas e fogueiras: Em alguns países, os católicos apagam todas as luzes de suas igrejas na sexta-feira da Paixão. Na véspera da Páscoa, no chamado Sábado de Aleluia, acende-se uma fogueira para, em seguida, dar luz ao Círo Pascal, que é uma grande vela que quer dizer: "Cristo, a luz dos povos". As letras Alfa e Ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o princípio e o fim de tudo". Na Europa Central é costume acender-se fogueiras no cume dos montes, onde as pessoas reúnem-se e cantam hinos pascais. Cruz da ressurreição: Traduz, ao mesmo tempo, sofrimento e ressurreição Cordeiro: Simboliza Cristo, que é o cordeiro de Deus e se sacrificou em favor de todo o rebanho. Pão e vinho: Representa a Última Ceia, quando Jesus Cristo escolheu o pão e o vinho para simbolizar o seu amor pela humanidade. O pão representa o seu corpo e o vinho o seu sangue. Durante a Ceia, pão e vinho foram partilhados com os discípulos de Jesus, para celebrar a vida eterna. Ovos de Páscoa: Representa também o nascimento, a vida que retorna. O costume de presentear as pessoas na época da Páscoa com ovos coloridos começou na antigüidade e já eram verdadeiras obras de arte. Os egípcios e persas costumavam tingir ovos e os davam a seus amigos. Os persas acreditavam que a Terra saíra de um ovo gigante. Os primeiros a usar ovos coloridos e ornamentados na Páscoa foram os cristãos da Mesopotâmia. Na Alemanha, os ovos eram dados às crianças junto a outros presentes. Na Armênia decoravam-se ovos ocos com retratos de Cristo, da Virgem Maria e de outras imagens religiosas. Mas até em tão, nenhum desses ovos, de culturas e datas diferentes eram comestíveis, não com a gente conhece hoje. Tudo começou com os Maias e Astecas. Foram eles que criaram o chocolate que, assim como o ouro, era considerado sagrado por estas civilizações. Chegou a Europa no século XVI, tornando-se popular rapidamente. Até então ele era consumido na forma liquida. Foi no século XX que os bombons e os ovos de Páscoa foram criados, com o objetivo de estabelecer o consumo do chocolate no mundo inteiro. Hoje eles têm várias formas, sabores e tamanhos. E o que no passado foi considerado sagrado, alimento profano ou remédio, hoje, pecado é não poder experimentar estas delícias.

quarta-feira, 19 de março de 2008

O ataque das bolsas gigantes!!! (por Abelhinha)


Gostaria de começar meu texto fazendo uma pergunta para as leitoras e leitores desse blog: Quem já levou uma bolsada dessas bolsas gigantes que estão na moda?

Pergunto isso, porque não acredito ser a única vítima no mundo dos ataques dessas coisas enormes que mais parecem malas. Certo que tenho uma também, mas minha nem se compara com as que vejo na rua. Sou pequenina, e por essa razão ficaria ridículo me camuflar atrás de uma mega bolsa.

Mas o assunto é sério, já perdi a conta de quantas vezes fui atropelada. Trombada na cabeça quando estou sentada na cadeira do ônibus, trombada no braço quando estou andando na rua, trombada nas costas quando estou olhando roupas em lojas... Praticamente um ataque mortal! Já tiveram vezes que me desequilibrei por causa da pancada!

Estão pensando que mulher anda com uma bolsa gigante vazia? É diretamente proporcional, quanto maior a bolsa, mais coisas socamos dentro. Sei que deve ter batom, maquiagem, agenda, canetas, escova, pente, carteira, porta moedas, espelho... mas quando chega o impacto da coisa, parecem que colocaram tijolo mesmo! É de assanhar cabelo, fraturar um braço e causar um hematoma nas costas!

Por isso faço três pedidos: ou a mulherada presta atenção onde coloca essas bolsas, ou toma consciência de que tijolo é para construir casa e não para colocar em bolsa, ou voltamos a moda das micro bolsas. Essas sim, sempre levinhas e pequenininhas, boas de perder... Viva às micro bolsas e abaixo as bolsas assassinas gigantes!!!!


O que mais me irrita é que tudo me irrita (por Orquídea Selvagem)

Costumo dizer que alguém precisa ter muita disposição para me deixar com raiva, ainda mais, me deixar com raiva por mais de 15 segundos. Ultimamente ando percebendo que isso não é mais uma verdade absoluta. Sempre ouvi dizer que a idade traz algumas coisas consigo, mas nunca imaginei que a proximidade de se tornar uma balzaquiana trouxesse consigo uma predisposição a aramar carrancas

Não sei se é da idade ou se a cota de paciência que Deus me deu pra essa vida já se esgotou mesmo. O problema é que tudo me irrita, tudo me chateia, tudo me dá uma fúria sem igual. Me irrita as coisas do mundo, qualquer insistência por mais de duas vezes por qualquer coisa que eu não queira fazer. Passei da idade de fazer charme e se quero, quero se não quero, se dane.

Coisas tão pequenas e que nem são comigo... uma batida de trânsito no Ceará, uma confusão habitual na Faixa de Gaza, a mania do brasileiro de achar que nada é ilícito... Ninguém tem noção do quanto isso me desgasta. E me desgastando com os meus e com os problemas alheios estou chegando num ponto crítico para uma jornalista: o isolamento.

Se vou passar o dia em casa, peço a Deus que ninguém me dirija a palavra durante todo o dia. Se estou na rua, peço a Deus que ninguém me ofereça nem uma bala ou peça informação. Se estou no trabalho queria que todos, entrevistados, colegas, chefes, ficassem mudos de repente e por tempo indeterminado.

E isso contagia. Só se deve entrar numa briga que se tem certeza que se pode terminar, mas a gente anda tendo queda de braço com o mundo, se digladiando consigo mesma. Só ganhando rugas e linhas de expressão que vão nos fazer parecer num mau humor eterno.

Acordei muito irritada hoje. Já briguei com todo mundo que era possível e fiz a besteira de brigar com a minha mãe, que não daria cinco centavos para não entrar numa briga e venderia a alma para não sair de uma. Brigar para ela é um estilo de vida, um ideal revolucionário. É um Fidel castro das picuinhas domésticas, mas com poderes de Tio Sam.

Não sei se isso é idade ou TPM prolongada, mas sei que me irrita muito estar tão irritada e irritadiça. E você? O que te irrita?

terça-feira, 18 de março de 2008

Um pouquinho de Brasil (por Butterfly)

Só quem mora longe do seu país de origem sabe o que é sentir saudade do seu canto, do seu ninho... Vivendo no exterior há quase três anos, sempre tento levar uma vida, como se eu ainda estivesse “em casa”. Agradeço a Deus todos os dias, porque aqui posso transformar as cores da bandeira vermelho, azul & branco, em verde, amarelo, azul e branco...
A páscoa está chegando, você pensam que eles enfeitam as lojas com aqueles ovos enormes como fazemos no Brasil? Que nada. Mas temos os mercadinhos brasileiros, que seguem a tradição brasuca! E o que falar do São João? Nada de fogos, fogueiras e quadrinhas, comidas típicas: NADA... Mesmo assim, a Igreja Católica ou comunidade brasileira sempre organizam nossas festas típicas, inclusive o carnaval.
A vantagem de se viver fora é oportunidade de conhecer novas culturas e, conseqüentemente, novos sabores. Já comi quase de tudo por aqui, pois não me atrevo a provar nada cru, apimentado demais ou que esteja vivo (risos). Mas pelo que já experimentei, posso dizer, sem medo de errar, que não existe culinária mais deliciosa que a brasileira. Nenhum tempero é como nosso! Outro dia pedi camarão ao coco, e pensei que comeria camarão ao leite de coco. Que nada. Era camarão com coco ralado, eca, fala sério (risos)!
Também somos imbatíveis em matéria de ritmo e alegria. Sempre somos ovacionados em nossas apresentações, seja em uma roda de capoeira, ou nos shows de samba, axé, forró, etc.!
Dia desses assisti um campeonato de footvolley, na praia de Hollywood. A arena estava lotada de muitos brasileiros, mas também vi uma dezena de hispânicos, norte-americanos e canadenses. Não sei bem o que eles pensaram ao ver aquele espetáculo patrocinado pelos jogadores e pela torcida. Mas uma coisa eu tenho certeza: todos ficaram boquiabertos. Foi a primeira vez que assisti a uma partida de footvolley e gostei bastante do que vi. Além do show acrobático da dupla vencedora composta por Romário e Júnior, uma mini-escola de samba e três passistas animaram o público.
Para fechar com chave de ouro, a cantora Rose Max - uma brasileirinha muito querida pela comunidade brasileira aqui – fez uma apresentação impecável, com um repertório 100% verde amarelo. Sempre que ouço Aquarela do Brasil fico emocionada, sinto aquele arrepio, ontem não foi diferente.
Em breve acontece outro evento brasileiro e, mais uma vez, eu estarei lá curtindo estes encontros que trazem um pouquinho de Brasil pra cá. Ai que bom!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Prazer, Paralamas! (por Abelhinha)

Desde já agradeço ao culpado que fez com que esse tema virasse um texto, que fez com que descobrisse a diferença de ouvir e escutar, e me fazer dar um grito em plena multidão (GOSTOSO) para um careca, um barbudo e um magricelo! (risos)

Já tiveram a sensação de ver algo inúmeras vezes e de repente achar que está vendo pela primeira vez? Comigo aconteceu algo semelhante, porém a frase correta seria essa: Já tiveram a sensação de ouvir uma música diversas vezes e de repente achar que está ouvindo pela primeira vez?

É praticamente impossível que alguém não conheça pelo menos uma música dos Paralamas do Sucesso. É, aquele grupo de rock dos anos 80, que gravou músicas como: “Vital andava a pé e achava que assim estava mal...” ou “Se as meninas do Leblon não olham mais pra mim. Eu uso óculos!...”. Não lembrou ainda? Então vai outra dica, aquela banda que o vocalista por anos e anos usou um “lindinho” óculos vermelho, que hoje pode ser mais conhecido por ser um careca assumido e por ter superado os traumas de um acidente aéreo. Se você ainda não sabe que banda é essa corra para alguém mais próximo e implore o empréstimo de qualquer CD deles. Não vai se arrepender!

Mas voltando... Escuto esses três meninos (a banda não é feita apenas por Herbert, tem Bi Ribeiro – baixo e João Barone – bateria) faz um tempão, mas por incrível que pareça escutei pela primeira vez há alguns meses atrás! Parei e escutei melodias lindas e letras maravilhosas. O incrível foi à vontade de ouvir cada vez mais. Cheguei ao ponto de escutar em apenas um dia mais de cinco CD’s, praticamente uma overdose “paralâmica” (risos).

Acho que o ápice foi assistir ao show dos Paralamas em uma cidade próxima a que eu moro. Detalhe, tinha assistido o mesmo show praticamente um mês antes (risos). Pulei, gritei, cantei, até chorei (disfarçadamente) ao escutar músicas como Lanterna dos Afogados... Mas o melhor ainda estava por vir... me deparei cara-a-cara com Bi e João! A sensação é indescritível... gelei, tremi, não conseguia tirar aquele sorriso bobo do rosto...Tenho fotos e um vídeo gravado com Herbert mandando beijo para mim...Foi então que percebi, VIREI FÃ!

sábado, 15 de março de 2008

Roncos, murmúrios e pernadas

Dormir acompanhado é sempre uma experiência engraçada. Não falo de dormir com namorado ou marido, falo de dividir cama com quem quer que seja. Lembro uma vez que cheguei tão arrasada da balada com duas amigas que iam dormir aqui, que caímos as três na minha cama (de solteira, que meu quarto é pequeno) e dormimos, vale lembrar que maquiadas e vestidas: o sono só permitiu tirar os sapatos. Mas essa foi a única vez que só me incomodei com o fato ao acordar quando as dores vieram.
Quando eu era pequena, ou melhor, criança, já que pequena eu nunca fui, pois nasci com quase cinco quilos, minha família costumava veranear. A hora de dormir sempre era um suplício, mas nos primeiros anos, devido a precariedade das únicas casas da cidade que gostávamos, era bem pior. Numa sala minúscula, um mar de colchões bem mofados, geralmente tirados de algum canto da casa apenas naquela ocasião, eram enfileirados e casais, tios, primos, crianças e adultos, homens e mulheres se espremiam ali. Era um tal de chuta aqui, acotovela acolá, um ronco alto num canto, alguém sonhando diz coisas reveladoras (ou constrangedoras) do outro. Acordava dolorida, mas feliz com aquela comunhão que só dividir uma cama traz.

Confesso que já tive as mais variadas experiências na cama e antes que alguém pense que sou no mínimo bastante galinha, explico que nem sempre minhas viagens são regadas de conforto. Na verdade elas raramente são.

Na minha infância, lembro dos roncos. Deus do céu!!! Todo mundo na família da minha mãe ronca, quando meu pai viajava, minha mãe pedia pra eu dormir com ela, mas era impossível. No veraneio, dava vontade de rir: era um orquestra de roncos. Um dos meus tios roncava tão absurdamente alto que quando ele estava lá eu passava o dia dormindo pra agüentar passar a noite acordada, o pior eram as negativas dele. Meu tio simplesmente se recusava a admitir que era o responsável pelas olheiras de toda a família.

Certa noite peguei um gravador, coloquei perto dele e deixei gravando um lado inteiro de uma fita cassete (gravador digital no início dos anos 90 kkkkk), depois fiz uma edição com os melhores, ou direi piores, momentos e na primeira reunião de família apresentei a prova. Basta! Ele negou até a morte, disse que eu gravei o barulho de um porco e queria incriminá-lo. E quase 18 anos se passaram e ele continua negando a autoria dos roncos. Não sei como a esposa dele consegue.

Enquanto o problema do meu tio era o ronco, o meu sempre foram as pernadas. Sou do tipo que dorme enroladinha de ladinho e acorda atravessada na cama, com o travesseiro em cima da TV, um lençol no chão outro em cima do ventilador e a cama bem desforrada. É claro que para obter esse resultado eu preciso trabalhar bastante durante a noite, exercitar bem meus membros inferiores e superiores.

O resultado é que eu sempre dormia em uma das bordas do colchão nesses “acampamentos” de verão e tiravam no palitinho quem seria a pobre alma que dormiria ao meu lado. Uma vez acampando quase derrubei a barraca e provoquei feios hematomas na pessoa do lado. Com a idade, consegui ter um sono menos agressivo.

Lembro a primeira vez que dividi a cama com um namorado (para dormir rsrsrs). Nossa senhora! O que a gente se bateu não ta no gibi, quase acabamos o namoro e se eu tivesse ido fazer exame de corpo de delito, acho que ele tava na cadeia até hoje. O danado também se mexia muito e roncava pra diabo.

Eu acordei a cada cinco minutos. Algumas vezes por causa do ronco. Outras, acordava com um perna enorme caindo impiedosamente por cima de mim de mim, me impossibilitando de fazer qualquer movimento, outras vezes me confundia com o travesseiro e me amassava de um lado, do outro encostava a cabeça onde achasse mais macio, mesmo que para isso eu precisasse ter feito curso de contorcionismo ou precisasse de anestesia geral.

Um último namorado parecia que tinha medo que eu fugisse, o que aconteceu algumas vezes quando tinha pena de acordá-lo para me deixar em casa (sou mocinha e não durmo fora, a não ser que invente uma mentira bem bolada). Ele dormindo me prendia, ou segurava minha anca com um joelho, ou prendia minha cintura com um dos braço, ou me segurava inteira e usava minhas costas como travesseiro. Confesso que adorava me sentir um bichinho de pelúcia nas mãos de uma criança.

Mas pior que isso e quase tão recente quanto a dormida a três pós-balada numa cama de solteiro, foi uma viagem que fiz. Fui acompanhar uma amiga que ia passar o fim de semana na casa do namorado em outra cidade, como era a primeira vez me pediu para ir junto. Mesmo prevendo a vela, fui.

O cara morava numa casa imensa, mas só tinha uma cama de casal e um colchão de solteiro. O casal, em vez de ceder a cama pra nós duas. Ele ficou com ela no quarto e após um maravilhoso rali, tive que dividir o colchão com o meu piloto. Foi horrível... um frio desgraçado, só um leçol, um sono de matar e o danado passou a noite tentando me agarrar. Dei tanto chute, levantei, dei chilique, até pensei em chorar (arama infalível), mas pensei melhor e desisti.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Saudade (por Crisca)

Saudade... ô palavrinha, viu?! Não sei como vocês lidam com isso, mas eu ainda não aprendi como trabalhar esse sentimento. Como complicador, eu ainda tenho necessidade de ser onipotente, sabe? Bancar a durona, a bem resolvida, a mulher maravilha... só que tem horas que não tem pose que agüente.
Perdi meu anjo da guarda há um tempo e desde então vivi numa bolha criada por mim mesma para me proteger da dor crua de me sentir só. Proteção contra a realidade imutável de que os sonhos e planos e metas e objetivos não serão mais atingidos... e não porque um desistiu do projeto pra correr atrás de um melhor..mas simplesmente por que ele já não pode mais sequer tentar.
Saudade de quem morreu, desencarnou, viajou é uma das piores que existem. Tem a máxima “quero que você seja feliz”... mas com a tal da morte, nem isso. A pessoa não existe mais. Ela não pode mais fazer nada e a dor que se sente é puro individualismo... é a minha saudade, a minha dor, é a falta que você me faz com a sua ausência..é tudo em mim.
Hoje eu tava no Messenger, trabalhando, e o irmão do meu anjo da guarda, que já não esta nesse plano terreno, apareceu. Disse-me que estava aqui, em João Pessoa. Eu tinha a obrigação (comigo mesma) de ir vê-lo. Porém eu perdi o chão... meu coração disparou, minhas mãos gelaram, chorei muito. Depois de quase quatro anos eu teria que encarar a realidade olho no olho. Ouvir a estória toda. A bolha de sobrevivência dificilmente seguraria. Enchi o coração de coragem e fui. Pedir que o chamassem no quarto do hotel, já foi difícil. Fiquei zanzando no saguão do hotel. O mesmo comportamento, o jeito, os traços do meu anjo da guarda. Abraçamo-nos. Fazemos parte da mesma família, fazemos parte de uma mesma estória.
Ouvi o que sabia não ter tanta estrutura para ouvir. Falei de como meu coração tem vivido desde então. Ofereceu-me seu ombro e choramos juntos, como família faz. Choramos as mesmas dores, a mesma saudade. Senti como se voltasse para casa naquele instante, só que o meu anjo da guarda não estava mais lá pra me abrir a porta com o sorriso do porto seguro.
Não deixem a saudade doer tanto. Não percam tempo, nem oportunidades de dizer a quem lhes for importante o quanto eles o são. Digam, amem, abracem, cuidem, zelem e mais que tudo vivam cada segundo das suas estórias. A saudade que vale a pena sentir é dos bons momentos juntos, das risadas, da cumplicidade, do que se diz por um olhar.
Saudades.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Choque cultural (por Butterfly)


Quando mudei a história de minha vida e vim parar nos Estados Unidos, há quase três anos, ouvi muita gente dizer que sou corajosa. Nunca me senti uma mulher-maravilha por causa disso, mas sim uma abençoada por Deus, pois quem me conhece sabe porque estou aqui. Mas hoje não vou falar como ou o que me transformou em uma imigrante. Contarei um pouco sobre as experiências e o choque cultural que vivenciei nos primeiros seis meses de EUA.
Minha memória não é lá estas coisas, mas é impossível esquecer o primeiro dia que pisei aqui. Apenas oito horas de vôo podem transformar uma vida e foi isto que aconteceu. Até então, nunca tinha visto tantas pessoas e idiomas diferentes ao mesmo tempo. Senti-me numa Torre de Babel (reação mais do que normal, pois vim direto da Paraíba, nunca havia viajado para o exterior e era acostumada a ouvir apenas: oxente, varei, vixe...). Não vá achar que sou matuta por causa disso (risos). Apenas nunca tinha tido uma oportunidade dessas.
Tudo que era “diferente” para mim, era tão normal para os outros. Aqui é assim: você se veste como quer, usa o cabelo como quer, come como quer, vive como quer, e, aparentemente, ninguém está nem aí para você.
Creio que a maioria das pessoas no Brasil acharia anormal ver alguém andando de pijama de cetim com estampa do desenho do pernalonga em pleno ônibus. Só o pijama já seria um absurdo, não é mesmo? E o que falar de pessoas que vão ao supermercado usando uma pantufa? Parece que o supermercado é o point do choque cultural. Pois tudo isto eu já vi aqui e acredito que você também já deve ter presenciado algo que tenha chamado sua atenção.
Cansei-me de ver as atendentes e caixas de supermercado usando perucas extravagantes, dentes de ouro ou com unhas maiores que da cantora Alcione. Eu vivo me perguntando: - Como será que elas usam as caixas registradoras sem quebrar a unha, enquanto eu não consigo ficar um dia com as minhas impecáveis?
Não tem como não ficar chocada ao ver o montanhoso tamanho dos pratos (quer dizer travessas) e copos (ou melhor, jarras) servidos nos restaurantes. Se você acha que prato grande é de peão ou pedreiro é porque nunca veio aqui. E já que estamos falando em rango, não me acostumei e nunca me acostumarei a ver as pessoas segurarem as comidas com as mãos sem a proteção antibacteriana de um guardanapo.
A praticidade exacerbada dos norte-americanos é algo ainda que me choca. A primeira vez que comprei um pão de cachorro-quente, tirei do saco plástico e, qual foi a minha surpresa? O pão já estava cortado ao meio! Isto mesmo. Tudo bem que ser prático ajuda no corre-corre diário, mas, vender pão já cortado, eu acho um pouquinho demais, afinal, quantos segundo perdemos ao cortar um pão de cachorro-quente?
Passados alguns meses, muitas coisas que eram absurdas, agora são aceitáveis e nem me chocam tanto assim. Hoje eu já não me surpreendo com os visuais “diferentes”, com o estilo hip hop das roupas folgadas, ou com as calças dos homens quase caindo, presas por um cinto abaixo do bumbum e com as cuecas à mostra. Sobre as perucas, eu até já pensei em comprar uma ruiva e sair pelas ruas e ver a reação das pessoas. Com relação às unhas, até poderia tentar, mas acho desperdício de dinheiro, porque sou muito desastrada e não tenho vocação para gavião (risos). Quanto ao dentinho de ouro... Ai já seria demais, né?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Esperei por tanto tempo... (por Abelhinha)


Finalmente (...) finalmente fui ao show de Nando Reis e os Infernais. Será que preciso dizer o quanto valeu a pena esperar meses e meses para poder estar cara-a-cara com aquele ruivo barbudo?
Palco pequeno, banda de abertura, pé doendo por causa do sapato (só usei salto na esperança de não ficar tão baixinha) e muita, muita espera. Termina o show da primeira banda e têm início as movimentações no palco com aqueles tipos que vestem camisas padronizadas e começam a ajeitar equipamento, afinar instrumentos... nessa hora eu já estava hipnotizada, não só eu mas uma pessoa especial que estava bem próxima a mim.Uma coisa me chamou atenção (e olha que estava sem meus óculos de grau), o “moço” que colocou o pedestal do microfone de Nando Reis pendurou no mesmo uma série de colares e entre eles um terço. Achei muito legal saber que o cantor e compositor que tanto gosto demonstrava sua fé tão discretamente.
Entraram os Infernais e o palco foi tomado de uma energia maravilhosa, porém a estrela da noite estava rindo, esperando sua hora de entrar por trás de um dos músicos. E ele entra, vestindo uma camisa sem mangas bege, uma calça clara, sua inconfundível barba e seus grandes cabelos ruivos. Magro nos DVD’s, gigante naquele palco.
Entrei em estado de êxtase e cantava palavra por palavra todas as músicas do show, até que em determinado momento à emoção tomou conta de mim. Chorei em escutar Relicário. Chorei de alegria, chorei por lembrar momentos felizes, e meu choro foi amparado e compartilhado docemente. As lágrimas saiam dos meus olhos de uma forma inexplicável, a letra da música invadiu meu coração de amor e de paz. Pedi que o tempo parasse e aquele momento se eternizasse.
Depois de Relicário o show se transformou, de um momento de euforia, para um momento de contemplação. Delicadamente amparada, vi a beleza que aquelas letras traziam a beleza que é o amor, a beleza que é viver e querer estar mais viva a cada dia.
Nando Reis quase me levou ao nirvana (será isso apenas uma metáfora?).
Seu show marcará minha vida para sempre. Os momentos e a emoção que senti naqueles minutos foram de uma intensidade, de um envolvimento, de uma plenitude...
Obrigada Nando! Acho que você nunca irá saber que suas músicas embalam lindas histórias, que tem o poder de apaziguar brigas, de fortalecer amizades, de renovar paixões e eternizar juras de amor...

terça-feira, 11 de março de 2008

Do gliter eu vim, ao gliter voltarei... Ah! Essa tal de auto-estima...(por Orquídea)

Tenho uma blusa que só uso quando minha auto-estima atinge níveis abissais, como hoje de manhã, por exemplo. Tão profundo quanto a região do mar onde vivem os peixinhos cegos é o decote da tal blusa. Mas é tiro e queda: 15 minutos de caminhadas, umas cinco secadas, três buzinadas, alguns grunhidos e dois ou três elogios e meu nível de amor próprio volta ao normal.

Essa tal de auto-estima é um troço complicado. E nem adianta dizer que ela é a chave da felicidade da mulher no mundo moderno: ela não obedece a nossa vontade e só das as caras quando bem entende. E quando ela cisma em desaparecer não há make, roupinha cara nem tintura nova que a faça retornar a luz.

Mulher é mesmo um bicho estranho, difícil até de elogiar. Sabe aquela máxima de alguém dizer: “Você está tão bonita hoje” e a mal agradecida responder: “Quer dizer que nos outros dias estou feia, é?” Mas hoje sai com a tal blusa decidida a só ouvir o que queria ouvir e me deliciei com as reações. Um bom par de óculos escuros me fez apreciar melhor as caras sem dar tanta bandeira de que estava adorando.

As vezes me pergunto por que se amar é tão mais difícil que amar aos outros e por que estamos sempre precisando da aprovação alheia quando a nossa é que deveria valer. O próprio Jesus falou: Amai ao próximo como a si mesmo. Em momento algum ele disse que era pra gente amar mais o vizinho e se achar um porcaria. Em momento algum ele disse que alguém tinha o direito de ser mais amado, mais lindo e maravilhoso do que eu. E se ele mandou, nega, quem sou eu para pensar em desobedecer.

A gente se conhece tanto, convivemos conosco mesmo tão intensamente, sabemos de cor o quão fortes e parceiros podemos ser. Nossa presença faz bem a tantas pessoas e por que a nós não?

As vezes penso que por nos conhecermos tanto, por sabermos o que escondemos debaixo do tapete é que não nos achemos tão dignos assim do nosso próprio amor. Mas, meu bem, ao conhecer qualquer pessoa, descobrimos um trilha de grãozinhos que levam para uma montanha de pó debaixo do primeiro tapete.

Mas aí é que está a sacada. Nada se cria, nada se perde: tudo se transforma. Esse mesmo pó, que pode ser terra ou um dia ter sido pele nossa, pode voar e pousar no jardim mais próximo e se misturar a terra que segura belas rosas.

É por isso que a gente devia se amar, sabe, porque de todo jeito a gente ainda serve para algo, somos lindos e úteis. Porque a gente se boicota tanto? Eu posso até ser bom, meu pó, mas prefiro ser do tipo glitter.

segunda-feira, 10 de março de 2008

As leis mais estranhas do planeta

Vi esta matéria no site www.ig.com.br e achei interessante partilhar com vocês. O texto é de autoria de Caio Henrique Caprioli.

Top 10
Listamos as leis mais estranhas do planeta. Se liga:


Uma lei criada na Itália proíbe que homens peguem em suas partes íntimas em locais públicos por ser “um ato contrário à decência pública”. O problema é que o ato, para os italianos, é considerado uma superstição para atrair sorte. No Líbano, o homem (masculino) pode ter relações sexuais legais com animais, desde que seja fêmea.Na Indonésia, a penalidade para a masturbação é dura: decapitação.Na França, no horário de pico (8h e 10h), 70% das músicas tocadas nas rádios devem ser francesas.Na Dinamarca, preso esperto é preso livre. Escapar da prisão não é ilegal, porém, se o cara for pego tentando, terá de ficar por ali para sempre...Em Chigago, é proibido comer em um lugar que esteja pegando fogo.Em Oklahoma, é proibido colocar uma pessoa hipnotizada numa vitrine.Em Israel, você não pode colocar os dedos no nariz aos sábados.Em Cingapura, é proibida a vivência de homossexuais no país.Em Hong Kong, uma esposa traída tem a permissão de matar o marido. Só não pode usar luvas. Já a amante, pode ser assassinada de qualquer jeito.Só para não deixar o Brasil de fora, em 1999, os vereadores da cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, queriam que os cavalos e burros usassem fraldas para evitar a sujeira nas ruas. Mas, obviamente, a lei não foi aprovada!

domingo, 9 de março de 2008

Você conhece Dick Farney? (por Abelhinha)



Uma das coisas que mais gosto de fazer é escutar música, e devo isso ao meu pai. Lembro de acordar aos domingos ao som dos Beatles, Chico Buarque, Tim Maia, Paul e Simon, Elis Regina, Toquinho, Dick Farney...

Sim, Dick Farney. Você conhece? Confesso que sou apaixonada pela sua voz. Um Frank Sinatra brasileiro. Sim, Dick era brasileiro! Brasileiro que no início da sua carreira cantava inglês e que depois interpretou deliciosamente belas canções brasileiras. Era daqueles cantores que atualmente são raríssimos: uma voz grave, levíssima e afinadíssima que encantou as décadas de 40, 50, 60 e 70. Talvez você lembre da música “Tereza da Praia” (Jobim/ B. Blanco), pois é, ele fez dueto com Lúcio Alves (outro grande cantor daquela época).

Vou logo dizendo que isso não é música de velho não! Olha o preconceito! Imagine a interpretação perfeita de letras como essas:

Alguém como tu (José Maria de Abreu / Jair Amorim)
http://vagalume.uol.com.br/dick-farney/alguem-como-tu.html Alguém como tuAssim como tuEu preciso encontrarAlguém sempre meuDe olhar como o teuQue me faça sonharAmores eu seiNa vida eu acheiE perdiMas nunca ninguém desejei
Como desejo a ti
...

Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinícius de Morais)
http://vagalume.uol.com.br/dick-farney/minha-namorada.html
Se você quer ser minha namoradaAh! Que linda namorada Você poderia serSe quiser ser somente minhaExatamente essa coisinhaEssa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
...

Este Seu Olhar (Tom Jobim)
http://vagalume.uol.com.br/dick-farney/este-seu-olhar.htmlEste seu olhar quando encontra o meuFala de umas coisasQue eu não posso acreditarDoce é sonhar, é pensar que vocêGosta de mim como eu de você...

Tente ouvir qualquer uma dessas músicas e eu aposto como seus ouvidos não irão resistir. Façamos um acordo. Escute e faça seu comentário. Ouça coisas novas, nem sempre o que antigo é chato! Livre-se de qualquer pré-conceito! Música de qualidade existem em qualquer tempo!

Saiba mais sobre Dick Farney: http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/dick-farney.asp

sábado, 8 de março de 2008

Cobras, largatos e reações desproporcionais

Cobras, largatos e reações desproporcionais

Toda ação tem uma reação, isso é fato. O que também é fato, mas não é legal, são as reações desproporcionais a determinados fatos.

Confesso que sou a rainha do dramalhão e choro minhas dores nem tão fortes assim de forma copiosa, me permito sempre o delírio e o direito de sofrer pateticamente por qualquer unha quebrada. A bíblia e a constituição me dão o direito de me debulhar em lágrimas.

Só acho que as pessoas muitas vezes têm reações bem desproporcionais aos fatos. Sempre acho que todo muito se ofende com bobagem e quer ter uma atitude “muito digna” só pra se tornar o “paladino da justiça” quando for contar as outras pessoas.

E mesmo as minhas amigas mais amigas. Acho que exageram na dose na hora de expor sua dignidade.

Quando passei por situações saias-justas não me arrependo de só ter dito não e ido embora ao invés de me estressar com discursos sobre a minha suposta superioridade sobre o resto do planeta. Afinal de contas armar um circo ia me dar muito mais trabalho do que simplesmente não dar a mínima porque não muda minha vida em nada.

Acho que é fácil pra mim, porque essas situações geralmente me parecem tão absurdas que eu acho graça ao invés de me irritar.

Passei por situações absurdas e viraram piada que adoro contar em rodas de amigas. Por exemplo. o cantor que após a entrevista me convidou para um ménage com ele e a esposa e o político que me ofereceu casa, comida, roupa lavada e uma boa mesada para ser sua “teúda e manteúda”. E sinceramente com os benefícios e o salário eu acredito que teria encarado se ele cheirasse um pouquinho melhor. Emprego nenhum me daria vantagens como aquelas.

O que eu quero dizer com isso é que o importante nunca são os fatos, mas como reagimos a ele... é a velha história da vida de dar um limão: ou você chupa fazendo careta ou faz uma limonada. Nem sempre eu consigo, mas prefiro tomar a limonada.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Sou “brasileira-não-puta” (por Butterfly)


Amanhã é o dia internacional da mulher, viva!!! Viva o quê? O que as mulheres brasileiras, em especial, têm a comemorar? São tantos casos de violência doméstica, assédio sexual e preconceito...
“As Mulheres brasileiras são todas vagabundas, putas, prostitutas...”. É triste, mas esta é a realidade. É assim que nós somos vistas no mundo inteiro. Já ouvi relatos degradantes de amigas que moram em Portugal, Holanda, Espanha, Dinamarca, Alemanha e Estados Unidos. Em todos estes lugares, todas, sem exceção, foram discriminadas e vistas como vagabundas. Detalhe: todas são mulheres casadas, trabalham e são mães.
Falo isto também por experiência própria. Outro dia estava com uma blusa do Brasil, esperando o ônibus, quando um gringo me ofereceu $ 2 mil dólares para “passear” com ele. Pode?! Esta não foi a primeira vez que fui abordada por um homem atrevido. Cansei-me de recusar caronas... E olha que nem uso roupas provocantes e muito menos sou mulata e poposuda. Imagina se eu fosse! O fato é: dizer que é brasileira no exterior é bom negócio apenas para quem realmente é do “ramo do entretenimento sexual...”.
Não sei bem explicar, mas toda vez que digo que sou brasileira, sinto-me violada por um homem que pode ser gringo, latino, europeu, asiático... Não tem jeito, eles sempre nos olham de uma forma diferente! Pensam que todas são fáceis, oferecidas, descartáveis...
Muitos homens ficam surpresos quando eu digo: sou casada, jornalista, trabalhadora. Às vezes, quando digo que sou brasileira, sempre tenho que enfatizar que sou CASADA, em outras palavras: estou indisponível, sou brasileira-não-puta! É como se eu fosse uma exceção...
Esta idéia distorcida e generalizada sobre nós é fruto do turismo sexual brasileiro, que é oferecido ao redor do mundo a preço de banana. É fruto do fio dental das praias. É fruto do carnaval, que promove uma orgia visual, exibindo mulheres semi-nuas para o mundo inteiro.
De quem é a culpa? Até quando isto vai continuar acontecendo? Não sei, mas enquanto venderem a imagem de que o Brasil é o país onde tudo é possível... Enquanto houver espaço para “músicas” e bandinhas merrecas que tratam as mulheres como cachorras e tchuchucas... Enquanto as mulheres-brasileiras-não-putas ficarem caladas... Continuaremos sendo vistas como “as mulheres de vida fácil”, “as mulheres do creu”.


quinta-feira, 6 de março de 2008

Igreja de Notre- Dame (por Livremar)



Igreja de Notre-Dame (Paris- França)
Por Livremar

quarta-feira, 5 de março de 2008

Tudo de melhor! (por Abelhinha)


Nesse fim de semana teve algo de muito especial, fui rever os amigos, ou melhor, rever as amigas. Na verdade fui rever minhas irmãs!
Sabe aquele dia perfeito, sol, céu azul e eu cotando as horas para o GRANDE ENCONTRO. Graças aos céus conseguimos nos reunir, depois de agendamentos, cancelamentos, desencontros... finalmente estávamos juntas, na verdade faltou uma de nós. Ela faltou em corpo, mas estava presente no coração de nós quatro!
Uma das melhores coisas de encontrar amigos e ver o sorriso estampado quando os primeiros olhares acontecem, sentir o calor de um longo abraço e aquele voz baixinha e poderosa dizendo: “Quanta saudade de você!”.
Foi assim que nosso encontro começou. Falamos de nossas vidas, rimos das nossas tristezas, falamos devaneios femininos, fizemos confissões, pedimos sigilos, mas também teve a parte séria. Falamos de negócios. Como executivas, traçamos projetos para um futuro não tão distante, tendo como escritório uma mesinha perto da praia regada de muita empada de chocolate (essa é pra você S...) e água mineral.
Uma coisa deu para perceber, quatro horas de conversa é pouco para quatro amigas tagarelas. O bom disso é que seremos “obrigadas” a nos encontrar novamente (risos). Deixo aqui meu registro desse momento, que para muitos pode ser normal, mas que para mim foi único e muito especial. Digo publicamente que amo todas vocês. Amo as altas, as loiras, as morenas... amo minhas irmãs de coração: a tagarela, a quietinha, a esquecida e a internacional!

terça-feira, 4 de março de 2008

Toda boa (por Crisca)



A música é da banda baiana psirico, mas ficou famosa na voz da Toda Boa Ivete Sangalo. É assim que estreio minha participação aqui no blog. Desculpem, meninas, mas tenho estado ocupadíssima nos últimos dias. Mas, aguardem minhas próximas criações textuais e fotográficas. Vamos juntas partilhar as algrias e dores de pertencer ao universo feminino. Quando ouvi esta música pela primeira vez, fiquei apaixonada de cara. Agora, quando acordo "naqueles dias" em que o mundo parece conspirar contra mim, não penso duas vezes: ligo o som e ouço Toda Boa. A música tem uma letra simples, mas dá uma injeção de ânimo e exalta a beleza feminina, independente se ela tem 90cm de cintura, 60 de cintura e 90cm de quadril. Isto me fez lembrar de uma campanha publicitária da DOVE que é sucesso no mundo inteiro (ver foto). Além das curvas, todas nós temos uma parte do corpo que atrai os homens de verdade: o cérebro. Sabendo se auto-valorizar, enfatizar nossos atributos do corpo e da mente, ninguém nos segura, ou melhor, segura sim, se for um moreno, alto, bonito e sensual, abrimos excessão (risos). Portanto, quando a insegurança pintar, vista aquela roupitxa, salto 15, capriche no rímel, no gloss e saia por ai, ouvindo e cantando: TODA BOA.

Pele bronzeada. Mulher Brasileira. A coisa mais linda.

Chamada de avião. Corpo de violão.A maior obra prima...


Em todos os cantos do universo. Se vê várias delas brilhar.

Fruto do pecado. Que o homem sempre. Quer desfrutar.

É uma obra divina..Que nasceu para nosso bem.

E quem ama levante o dedo. E grite: Amém!Maravilhosa!

Os meus elogios. Não são à toa.

Você é a água. Que mata minha sede. Mulher Brasileira. É toda boa!


Olha toda boa! Toda boa!Ela é toda boa!Ai! Ai!Ela é toda boa!É toda boa! Toda boa!Ela é toda boa!Ai! Ai!Ela é toda boa!Toda boa! Toda!Toda boa!Ai! Ai!Ela é toda boa!Mas toda boaToda boa!


Auto-estima gordinha. Tá toda fofinha!

Auto-estima magrinha. Tá toda fortinha!

Auto-estima coroa. Tá toda durinha!

Auto-estima negona. Tá toda gatinha!...(2x)Mulher Brasileira!

Oh!Toda boa!Ah! Ah!Ai! Ai!Ela é toda boa!É toda boa!Toda boa! Toda boa!Ai! Ai!


segunda-feira, 3 de março de 2008

Como se comportar durante um vôo (por Butterfly)

Sempre que temos um vôo marcado, as preocupações vão além de não chegar atrasado ao aeroporto. Não falo do medo de voar ou coisas do tipo, mas do do durante e o depois da viagem.
Em primeiro lugar, fique sempre atento à ordem de chamada da companhia aérea. A maioria tem como padrão chamar primeiro idosos, deficientes, mulheres grávidas ou acompanhadas com crianças e clientes especiais. Outras adotaram a chamada de acordo com o número do assento do passageiro. O importante é: jamais tentar furar a fila. Isto é inadmissível. Afinal, o avião não vai decolar antes de o último passageiro embarcar. Não tem pra quê tanta afobação.
Se você está de viagem marcada, seja a trabalho ou a lazer, ai vão umas dicas para que você se saia bem em algumas ocasiões:
O que fazer quando...
Se você é daqueles que não gosta de ficar de bate-papo, evite começar a conversa com o vizinho da poltrona. Uma simples pergunta abre espaço para o outro querer continuar o diálogo. Se a conversa já engatou, leia alguma coisa ou feche os olhos por um tempo. Mas se ele não parar de falar, simplesmente diga que você precisa descansar um pouco. Contudo, se é você quem costuma conversar, preste atenção se a pessoa ao lado está com vontade.
Se você estiver sentado na janelinha, mas precisa se levantar para ir ao toilet e pessoa ao seu lado está dormindo, só passe se for uma criança. Seria muito constrangedor, no meio da tentativa, o seu companheiro de vôo abrir os olhos e te pegar no ato. O ideal é tocá-lo levemente para que acorde e pedir licença para passar. Mas se a pessoa não acordar, chame um comissário de bordo.
Se uma criança está chutando seu assento, chame a comissária e peça que interceda ela converse com a mãe ou o responsável. Se isto não surtir efeito, procure encontrar um outro lugar vazio, porém você deve se certificar de que o avião já decolou, para sentar no lugar alheio.
E antes de ficar reclamando e dizendo que alguns passageiros são mal educados, fique atento e preste atenção nessas dicas:

Sempre respeite os avisos de desligar aparelhos de eletrônicos, como celulares, computadores, entre outros.
Corredor de avião não é passarela, portanto, evite ficar caminhando de um lado para o outro, pois isto incomoda as pessoas.
Se você não está sentado ao lado de um amigo, evite falar alto e até mesmo gritar para ele te ouvir.
Deixe o banheiro em bom estado ao sair.
Mantas e travesseiros não são lembrancinhas do vôo.
Quando a aeromoça passar serviço bombons, evite encher as mãos. Um ou dois é o bastante.
Se você ronca, avise quem estiver ao seu lado para acordá-lo quando isto estiver incomodando.
Organize seu “lixo” em um saquinho, nada de ficar espalhando pelo chão.
Antes de reclinar a sua cadeira, pense no passageiro atrás de você. Dê uma olhada para não pegá-lo desprevenido (com copo de suco, computador ou escrevendo.).
Após o avião pousar, nada de ir se levantando e pegando a bagagem. Espero a autorização do comissário de bordo e nada de sair empurrando ninguém.

domingo, 2 de março de 2008

Moça Perfeita???? (por Abelhinha)


Hoje vou escrever um desabafo!
Nesse mundo globalizado e desenvolvido, onde todos têm que saber de tudo e ao mesmo tempo ser especializado em algo, vem uma “criatura” e me diz: “O perfeccionismo é características dos melhores!”.
Digo com todas as letras: Quem fala uma coisa dessas não sabe os relâmpagos, trovões, maremotos, tempestades, nevascas e terremotos que determinadas pessoas passam por ter essa “característica”!
Falo por experiência própria. A pior coisa de ser perfeccionista é viver se frustrando diariamente. É humanamente impossível ser perfeita 24h por dia, 7 dias na semana, 30 dias por mês e 12 meses no ano! E como isso não acontece, lá vem a famosa, detestada e indesejada: Frustração.
Todos os dias acordo com o pensamento de alguém normal, de alguém que sabe que não se pode agradar Gregos e Troianos, Vascaínos e Flamenguistas, Brasileiros e Argentinos. Agora, perguntem-me se isso adianta? Praticamente recito um mantra diariamente: “Você não é perfeita. Você não pode resolver o mundo.”
Após horas de concentração, basta uma palavra (minha) para desmontar todo o meu processo psicológico. E lá vou eu, enfrentar os relâmpagos, trovões, maremotos...
Estou falando desse assunto hoje por um motivo óbvio, mas uma vez não conseguir ser perfeita! Tá bom, além de perfeccionista sou exagerada! Será essa também uma características dos virginianos?
Detesto não acertar as coisas! Detesto mais ainda não acertar com a família, com os amigos e com meu amor! Como diria Julia Roberts no filme O Casamento do Meu Melhor Amigo, “sinto-me um detrito, pior, um fungo que vive dos detritos”. Acho que posso ser autora de novelas mexicanas! (Risos).
Basta um segundo para que um momento perfeito se torne um momento “quase” perfeito!
Eu sei, errar é humano! (A pior frase para uma pessoa perfeccionista!)
E fazer o que depois do erro? Pedir desculpas uma vez, pedir desculpas duas vezes, pedir desculpas três vezes, quatro, cinco... então você acaba chateando a pessoa novamente... e erra outra vez!
Brincadeiras a parte, estou em um processo de autoconhecimento, tentando colocar limites na minha perfeição, tentando aceitar que posso errar (Não posso querer errar, isso nunca!), lutando contra essa característica que muitos elogios, enquanto só eu sei o quanto é trabalhosa de conviver.
Quero poder um dia ser perfeita dentro da minha imperfeição! Quero poder errar e não achar que isso é o fim do mundo! Quero poder aceitar minhas fraquezas e poder usá-las ao meu favor, não contra mim! Quero poder não magoar quem eu amo e, se o fizer, ter seu perdão sincero! Quero poder dar “férias” à moça perfeita e dar boas vindas à moça “falível”!

sábado, 1 de março de 2008

Entre caixas de ovos e barbies (por Orquídea)


Não sei se é por que não sou mais criança ou se o mundo realmente já não é mais o mesmo, só sei que como minha colega Butterfly, também tenho certa dó das crianças de hoje. E não é pela TV, que realmente deixa a desejar. Abro exceção para alguns desenhos animados que me fazem rir nas minhas manhãs de folga, mas que eu sinceramente não entenderia se tivesse sete anos. Também vale pensar que as crianças de sete anos de hoje correspondem a uma de doze do meu tempo.Mas o tema desse post, não é a TV.

O que quero dizer é que não se fazem mais infâncias como antigamente. Fui na minha família a primeira filha (do segundo casamento), a primeira sobrinha, a primeira neta: fui a precursora da nova geração. Meu pai funcionário público federal, meus tios recém entrados no mercado de trabalho e sem ter com que gastar, uma tia viúva rica do outro lado, irmãos já crescidos e um avô economicamente estável. Não sou de família rica, mas se passava bem na época que eu era criança.

Tive exatamente todos os brinquedos que quis na minha infância, só não tive aqueles que esqueci de pedir, gente para me dar tinha bastante. Nos meus aniversários era uma loucura, tenho fotos atolada em montanhas de brinquedos que iria demoras um ano só para desembrulhar. Ganhava as melhores roupas das amigas do meu pai, tinha todas as bonecas da moda.

Mas sabe qual era o maior prazer da minha infância? Depois que lá pelos seis anos minha mãe me ensinou a colocar linha numa agulha, era costurar roupas para as minhas bonecas. E não adiantava vir com os modelitos prontos da Barbie vendido nas lojas Americanas. Eu gostava mesmo de soltar meu lado estilista e costureira e picotar algumas roupas da galera de casa porque achava que ia dar um vestido lindo para meus imensos bebês de plásticos ou minhas macérrimas barbies. Levei muito carão por isso.

Sabe o que eu adorava também? Lembra aquelas caixas de ovos de isopor com tampa? Davam ótimos móveis para casas de bonecas, dava pra fazer panelas fantásticas e pratos também. Eu quebrava em dois tempos os móveis caros das minhas barbies, mas não me importava muito, porque não tinha barato maior que produzir mesas, cadeiras, sofás e estantes para minhas bonecas. Esse móveis se adequavam melhor as xuquinhas pelo tamanho, mas as barbies nunca reclamaram.

Passava horas, horas e mais horas embrulhando caixas de fósforo com restos de papéis de presentes e os papéis mais bonitos que pudesse encontrar dando sopa pela casa e depois montava móveis super descolados com elas. Também fazia revistas e jornais para que minhas bonecas se mantivessem bem-informadas.

Fazia muita coisa com cartolina, isopor e palitos de picolé comprados em papelarias, mas eu gostava mesmo era da sucata e mais ainda de transformar em sucata o que ainda não era: roupas usáveis, desabrigar os ovos roubando as caixas, deixar as gavetas cheias de palitos de fósforo desalojados.

Hoje, mulher mais que feita, tenho dó de quem não foi criança como eu que jogou baleado no meio da rua e construía seus próprios brinquedos por puro prazer. Tenho saudades de fundar clubinhos e organizar super festas sem um único centavo. O cardápio tinha no máximo um guaraná baré ou barécola e uns biscoitos coquinhos fritos na manteiga que alguma mãe de boa vontade, ou com tempo disponível, e mesmo uma empregada boazinha nos fazia. Algumas vezes a gente saia na cara dura pedindo coisas para os comerciantes da região. Escondido dos pais, claro, mas nessas vezes nos fartávamos de balas e pipocas. A trilha sonora? Os discos de quem os tinha.

Hoje as crianças brincam tanto sozinhas e ganham brinquedos que praticamente brincam sem elas, o que elas crescem com isso? Foi brincando que a gente aprendeu todo o que sabe hoje em dia: a se socializar, a pensar, a imaginar, a dividir, a construir, a se virar.

Olhando meus primos pequenos, e meus sobrinhos nem tão pequenos, brincarem me deu uma dó. Minha sobrinha brinca de barbie no computador, ela tem suas bonecas, mas prefere trocar a roupa delas na internet do que costurar suas roupinhas. Ela nunca vai ter o prazer de cortar uma camiseta torta, de furar os dedos costurando, de não saber dar nó na linha e fazê-lo da forma mais complicada possível e depois sentir prazer ao ver a última moda produzida por mim mesma: "Olha mainha, a roupa que eu fiz"... –"ta linda minha filha, tá linda... mas esse tecido ta parecido com o da minha almofada".

Bom, aí já era, uns tapinhas no bumbum, uma choramigada e dez minutos depois tava destruindo outra coisa.

Minha adolescência foi uma droga, mas da infância tenho saudade, não foi a fase teen que me moldou, foi o que veio antes dela e me deu forças para suportar os terríveis anos da de transição. Brincando de casinha, aprendi muita coisa, nas brincadeiras coletivas descobri o mundo complicado das relações humanas. Sou o que sou hoje graças a tudo o que fui e quando me olho, gosto bastante do resultado.