A tarde do último dia 19 de julho ficará marcada para sempre na memória de muitos brasileiros que admiravam a superlativa Dercy Gonçalves. Este foi o último dia de vida da atriz que faleceu aos 102 anos, vítima de insuficiência respiratória. Logo ela que sempre nos “tirava o fôlego” com o seu jeito irreverente e escrachado! Dercy que já havia mandado fazer o seu túmulo há alguns anos atrás em sua terra natal, Santa Maria Madalena (RJ), fez questão de ser enterrada de pé e ao som da bateria da escola de samba Viradouro. Dezenas de artistas e anônimos fizeram questão de dar o último adeus a esta atriz que nunca teve medo de viver intensamente e sempre batalhou por seus sonhos. Ano passado eu tive o privilégio de entrevistá-la. Sem dúvidas, uma experiência marcante, não apenas por se tratar de uma das personalidades mais importantes do meio artístico brasileiro, mas pelo ser humano que ela era. Durante 1 hora e meia de entrevista ela se mostrou muito sóbria e segura nas respostas. Ao contrário do que eu pensava, falou menos palavrões e mais frases ricas em conteúdo. A matéria na íntegra, você confere a seguir:
sábado, 26 de julho de 2008
Dercy Gonçalves 100 Frescura (por Sandra Lima
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Uma de mulherzinha
Já não sou mais a mesma! E não pensem que é fácil pra mim admitir isso....sempre fui legitima representante do sexo... masculino...
Não, definitivamente não sou gay, também não sou hermafrodita, mas sempre tive sentimentos diferentes do que se esperaria de uma mulher normal. Meu gosto por adrenalina, minha falta de jeito na cozinha, meu atrapalhamento com crianças, a incapacidade de aprender a usar delineador, tenho tudo isso, mas o que me definia como um macho com um par de cromossomos X era minha total e absoluta tranquilidade em relação ao sexo, entendendo muito bem que sexo e amor não tem nada a ver um com o outro.
Minha cabeça sempre foi muito tranquila em relação a isso, sem tabus. Não que saia por aí dando mais que chuchu na serra, mas acho que promiscua não é uma palavra que combine comigo. Mas sabe, pintou a situação, pintou desejo, pintou confiança, uma vez na vida outra na morte, por que não? Isso era bom para mim, por que eu nunca me apaixonava de verdade e por isso tinha pouca paciência (e muito mesnos jeito, sou estabanada emocionalmente) para tentar engrenar um relacionamento sério.
Como passava looooooooooooooooongos períodos sozinha e mulher que é mulher também gosta de sexo, mantinha sempre um caso fixo. Aquele cara gostozinho, cujo telefone nunca sai da tua agenda, mas que por um motivo ou por outro você nunca nem cogitaria namorar, mas que rende uma noite e tanto. Entre um namoro e outro sempre mantinha um assim nessa situação, para quando a carência chegasse a um patamar insustentável era só ligar e brincar a noite toda.
Isso me servia, me bastava, sexo de qualidade, sem cobraça, sem chateação e sem vergonha. Achava que só servia assim....
Até que um belo dia me apaioxonei. Namorei sério e o sexo era uma maravilha. Terminou. E por muito tempo eu não queria mais ninguém. Pouco tempo depois me apaixonei de novo, perdidamente. Foi mais um caso que namoro, o sexo era uma maravilha, mas enchi o saco da indecisão dele. Terminou. novamente período sozinha, nem ai para nada. Aí me apaixono pela terceira vez (isso num período de pouco mais de dois anos), O sexo não era performático como os outros, mas meu coração o sentia absolutamente delicioso, único.
O tempo passou e achei que estivesse me desapaixonando. Um dos meus casinhos me liga, pois também estava afim de uma noitada. Penso, repenso, que mal há nisso? Talvez seja bom, faz bem para pele, para o humor, estou solteira, não é um desconhecido, sabe o que gosto... que mal há nisso...
Nem bem partimos do papo para a ação caio num choro compulsivo, grande mico, mas que meu companheiro entendeu. Choro sentido, choro de pouco glamour, choro sincero. Chorei pois não queria sexo casual, não queria mesmo. Queria meu amor perdido de volta, queria meus sentimentos de plenitude de volta, queria o sonho que era meu e que agora me era negado sonhar.... pronto, virei mulherzinha...
Sexo passou a ter relação com amor na minha vida, naquela noite não fiz sexo, mas chorei um bocado, sozinha, em casa, me sentindo uma merda por um dia ter banalizado algo de que é impossível ser banal. Senti talvez nunca mais conseguisse fazer sexo de novo sem amor... amar vicia.
Fúria contida
Uma é só docura, paz, bondade e compaixão.
Aoutra é pura fúria. Nenhum outro sentimento: apenas fúria.
Essa furiosa anda dando as caras com mais frequencia do que eu gostaria. Anso insoprtavelmente furiosa e como o bon senso me impede muitas vezes de dar vazão a toda minha ira, a vítima mais frequente de todo o meu potencial bélico sou eu mesma.
Ando friosa também por não poder quebrar tudo como gostaria, todas as caras, ah! quantas são! que eu gostaria de desfigurar.
Essa fúria em mim sempre existiu, sempre fui tremendamente furiosa, como tudo e o tempo todo e as vezes ela é tanta que chega a doer como doi tristeza e saudade. E ela volta cada vez mais violenta e quase não se aguentando no peito, quase arrebentando o coração que a prende.
Não sei se é o correr dos dias, dos anos, a sensação de estar sendo injustiçada, a inércia, a burrice própria e a alheia, a frieza frente ao sofrimento do outros, tudo isso alimenta a minha fúria.
Sei que a fúria é um sentimento necessário como todos os outros, mas tenho medo que no lugar dos sorrisos, ela vinque meu rosto e eu passe a me indentificar em definitivo com esse sentimento que em alguns momentos tão pouco se parece comigo.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Pedindo favor
Hoje fiquei triste por não poder fazer um favor a uma grande amiga, amiga não, irmã, mas que isso, irmã gêmea (nascemos no mesmo dia). O problema é que não dependia de mim, o favor era pedir favor a outra pessoa e aí tá o erro. Até pedi, mas tenho horror a pedir favor.
Não foi essa negativa que me traumatizou, mas aprendi hoje que nem a todo mundo se deve pedir favor, nem a todo mundo se deve pedir conselho, nem a todo mundo se pode pedir ajuda, mais que ajuda apoio, ou simplesmente um empurrãozinho. Pior ainda se essa má vontade vem de uma pessoa que te ofereceu ajuda (na época que ofereceu era uma provavel desculpa para tentar ter um bom jantar, entenda-se "eu a pururuca" ou "eu ao molho pardo" ou "eu com fritas").
Não é só te enrolar quanto a realização do tal favor, com mil "amanhãs", "na próximas semanas" e "te ligo pra dizer quando posso". Um simples não posso ou não vai rolar seria melhor do que tentar de fazer desisitir de uma empreitada para qual ante te deu a maior força.
A gente deve ter cuidado a quem pede favor e muito mais de quem aceitar.
Não gosto de pedir favores, tirar proveito ou simplesmente ser folgada. Não gosto de nada que não dependa exclusivamente de mim. Previro pagar e caro a ter que pedir.
Decidi que desisiti do favor e amanhã vou procurar quem me faça isso mesmo pagando, é uma necessidade...
Só sei que estou muito mau-humorada hoje, principalmente depois de assisitir todos os clipes do ABBA que desencadearam um crise de choro pela lembraça de um amor perdido. Ainda bem que o dia já está no fim, assim ele não foi de todo perdido.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Sintomático II
Algumas coisas na sociedade atual são sintomáticas. São sintomas de que a gente está indo por uma estrada de mão única cujo fim é uma sociedade de robôs, sem defeitos, sem falhas, sem sujeirinha a custo escondida e absolutamente sem graça (ou absolutamente hipócrita).
Não sei se vocês já ouviram falar, mas os países onde mais ocorrem suicídios são agueles bem certinhos. Sempre achei ser certinho demais muito sem graça, mas acho que a gente não tem o direito de ser "erradinho" em relação aos outros, mas na sua vida pessoal, o legal mesmo é dar bola fora. O mundo é doente, ninguém mais pode gostar de criança, ninguém mais pode abraçar ninguém do mesmo sexo, ninguém pode pedir um favor. Tudo hoje em dia é errado, feio e sujo. Será que tudo é mesmo malvado, feio e sujo ou estamos mesmo é com sujeira nos nosso olhos? Sintomático.
Tõ escrevendo isso depois que li uma matéria falando de uma foto publicada na capa de uma revista, acho que autraliana A foto era de uma menina de sete anos nua. Nada demais a foto, não aparecia nada demais, nenhuma parte "pudenta", a mãe da menina era fotografa, então saiu uma coisa bem artistica. A própria menina, tudo bem que ela ainda tem 13 anos, disse não ver problemas com a foto. Acho que a mãe deveria ter deixado para publicar a foto depois que a "modelo" entrasse na maioridade e decidisse sobre a exposição que suportaria do proprio corpo.
Mas digo isso pelo quesito intimidade e direitos sobre a própria imagem. Vi a foto e posso assegurar que pedofilia não passou pela cabeça da mãe na hora que a bateu.
A gente tá doente. Não confiamos mais em ninguém, na honestidade, no caráter, na insenção, quando na verdade deveria ser o contrário, porque até no direito a boa fé se supõe e a má fé se prova. Hoje todo mundo é sujo, feio e malvado até que se prove o contrário, sintomas de uma sociedade doente, pois mocinhos e mocinhas, a gente só enxerga o que se reconhece, ou seja, quando a gente vê maldade onde ela não existe, isso quer dizer que a maldade na verdade está dentro de nós. Muito sintomático.
Eu tenho foto pelada quando criança. Só não ponho aqui porque nem sei por onde andam. E não são aquelas tradicionais que nos matam de vergonha. Criança odeia ser fotografada no banheiro (quem não odiaria). São fotos minhas à vontade com o meu proprio corpo, coisa que só a infancia e a inocencia permite. Recordações de uma alma nua que não conhecia a maldade que um corpo pode despertar nas cabeças adultas. São retratos de uma sinceridade comovente, porque são simplemente eu, ainda sem as roupas e véus que vão nos colocando e cegando a alma ao longo do anos e livre dos limites frustrante de uma roupa.
Tem uma canção de de Gilberto Gil na qual ele diz que se quisermos falar com Deus, temos que ter a alma e o corpo nus. A alma de uma criança é sempre nua, então sem a maldade de uma ser humano adulto, uma criança nua está simplesmente em estado eterno de oração.
Temos que proteger nossas crianças das pessoas más que ralmente existe, mas temos que protegê-las também da maldade que nós colocamos em tudo. Acho que é por isso que hoje em dia existem tantas pessoas com problemas psicológicos associados a uma imagem distorcida de si mesma. Se é errado nos mostrar é por sermos ofensivos. Nosso corpo não é ofensivo. Sou contra a vulgarização do nosso templo mais sagrado, mas também sou contra achar que ele está na origem de todo o mal.
E cada um faça com o seu o que quiser. E arque com as consequecias.