sábado, 26 de julho de 2008

Dercy Gonçalves 100 Frescura (por Sandra Lima

A tarde do último dia 19 de julho ficará marcada para sempre na memória de muitos brasileiros que admiravam a superlativa Dercy Gonçalves. Este foi o último dia de vida da atriz que faleceu aos 102 anos, vítima de insuficiência respiratória. Logo ela que sempre nos “tirava o fôlego” com o seu jeito irreverente e escrachado! Dercy que já havia mandado fazer o seu túmulo há alguns anos atrás em sua terra natal, Santa Maria Madalena (RJ), fez questão de ser enterrada de pé e ao som da bateria da escola de samba Viradouro. Dezenas de artistas e anônimos fizeram questão de dar o último adeus a esta atriz que nunca teve medo de viver intensamente e sempre batalhou por seus sonhos. Ano passado eu tive o privilégio de entrevistá-la. Sem dúvidas, uma experiência marcante, não apenas por se tratar de uma das personalidades mais importantes do meio artístico brasileiro, mas pelo ser humano que ela era. Durante 1 hora e meia de entrevista ela se mostrou muito sóbria e segura nas respostas. Ao contrário do que eu pensava, falou menos palavrões e mais frases ricas em conteúdo. A matéria na íntegra, você confere a seguir:


Dercy Gonçalves 100 Frescura (por Sandra Lima)


Bem-humorada, simpaticíssima, simples e muito sincera nas respostas. Foi assim que fui “recepcionada” por Dercy Gonçalves, quando a entrevistei por telefone no último dia 11 de julho. Durante toda entrevista, a humorista foi sempre muito direta nas respostas e demonstrou estar muito feliz pelas comemorações e homenagens pelos seus 100 anos de vida. Ela falou sobre a vida, morte, sua relação com Deus, preconceito racial etc, e até deu, com exclusividade, a receita de sua famosa carne assada.


Como você se sente por comemorar seus 100 anos com seus fãs brasileiros da Flórida? Dercy: “Para mim é uma surpresa e felicidade muito grande, pois eu vim de uma família muito humilde, sem pretensão nenhuma e tenho um grande orgulho do que conquistei e de quem eu sou. Estou muito feliz por todas homenagens que estou recebendo aqui no Brasil e por poder ir ai para a flórida. Isto me deixa completamente doida. Eu tô doidona!”


Você fala muito em Deus, como é sua relação com Ele? Dercy: “Deus não existe. A natureza para mim é o meu Deus. Deus é uma palavra para pode se comunicar com a bondade. Ele não existe. Não existe alma, espírito. Nós viemos e voltamos. Nós comemos e somos comidos (neste momento Dercy cai na gargalhada). Sou mais natureza do que gente”.


Qual o segredo para se viver 100 anos? Dercy: “Não tem segredo. É muito simples, eu procurei sempre me respeitar, gostar de mim e sempre ter medo de ser desmoralizada. sou uma pessoa muito ligada à natureza e saudável. Sou feita de uma matéria ordinária, mas poderosa. eu não consigo entender como é que eu fui feita. Eu quero saber quem me fez? Porque eu estou aqui e sou assim? Eu não tenho doença, apesar dos 100 anos, nada de pressão alta ou outra doença. A vida para mim nunca foi apertada, foi arreganhada. Nunca tive dificuldades. As portas sempre foram arreganhadas pra mim. Eu não tenho medo da vida”.


É verdade que você não gosta de tomar banho? Dercy: “Meu maior defeito é não gostar de tomar banho. Eu tenho uma raiva! Mas as partes mais fedorentas eu lavo todo dia. Eu procuro não feder. Já usei todos os perfumes franceses, para disfarçar. Eu tinha uma coleção. Eu não entro no chuveiro, fico tomando banho com esponja, sabonete e paninho. Eu não tenho que dar satisfação a ninguém. Eu gosto assim, faço assim”.


Você tem medo da morte e sente que chegando sua hora de partir? Dercy: “Não tenho medo da morte. Adoro a morte. É o descanso da vida. Nós somos uma matéria muito estranha que eu não consigo conceber. Eu queria dormir e não acordar. Tenho certeza que minha energia vai ser aproveitada. Sinto o dia-a-dia acabando. Não tenho medo nenhum ou tristeza.Não gosto de incomodar ninguém. Eu sempre gostei de viver e viajar. Mas aos 100 anos, tenho medo de incomodar todo mundo. Já pensou aquele caixão enorme, tendo que ir lá pra Madalena? Eu penso, mas não tenho medo da morte.”


Se hoje aparecesse um Romeu em sua vida, loucamente apaixonado, você se renderia a esse amor? Dercy: “Você quer saber de uma coisa? Amor? Isto não existe. O ser humano é perverso e de péssima categoria. Eu nunca amei, nem me desesperei e não tenho inveja de nada. Amar? Amar dói pra burro”.


Você adora uma comida bem apimentada, seria este o segredo de tanta energia, apesar do 100 anos de idade? Dercy: “A comida é uma questão de origem. Eu sou neta de africano. Em minha comida tem que ter pimenta do reino. Adoro pimenta! Minha energia tá no amor pela vida”.


Qual a sua opinião sobre preconceito racial e a mistura de raças no Brasil, já que você também tem descendência negra? Dercy: “Minha avó era negra, africana. Uma pessoa encantadora que eu amava. Ela nem sabia porque existia tanto preconceito. Eu me pergunto: Por que existe tanta discriminação com os negros se nós somos feitos da mesma matéria? Por que eles são tão ofendidos, difamados? Sobre a mistura de raças, eu não sei qual o tempero que botaram, mas é uma verdadeira mistura em nosso país. tem muita gente boa aqui. Verdadeiros santos que não foram canonizados. Pessoas boas e encantadoras com olhar de amor, de santo. E tem gente, que mal te olha e já quer matar”.


Sua especialidade culinária é carne assada, você pode dar a receita para os seus fãs? Que famosos já provaram a famosa carne assada? Dercy: “Eu aprendi a cozinhar com a vovó. Tenho um paladar espetacular. Sei cozinhar feijão, arroz, carne assada, a carne de porco, a galinha. Gosto muito de comer lombo, bife de panela. Eu bato tanto no bife de panela que ele grita. Sílvio santos, Boni e Faustão já aprovaram e experimentaram minha famosa carne assada. Todo ano eu mando para três quilos de carne no aniversário deles.


Você tem um contrato vitalício com o SBT e recentemente ganhou um valioso anel do Sílvio Santos, como é a sua relação com ele? Dercy: “Minha relação com ele é boa, mas é ele lá e eu cá. Ele como ele é, e eu sou como eu sou. Ele é um homem correto, distinto, respeitador...nunca me desrespeitou. No meu aniversário de 100 anos, ele me deu um anel de brilhantes. Ele é bom, ajuda todo mundo. Gosta de dar dinheiro para o povo. A força dele está é nestes quadros do programa que ele faz ajudando os pobres, ajudando quem precisa”.


Como é o seu dia-a-dia? Você acorda muito cedo? Dercy: “Eu acordo e durmo na hora que eu quero. Hoje eu acordo a cinco horas da manhã porque eu tenho que urinar, cagar, beber água... Tenho preguiça de acordar. Gosto de dormir, mas eu fico puta quando eu durmo demais. Acho que eu estou perdendo tempo. Gosto de ir para rua, de passear... gosto da vida. A vida pra mim vale muito. Eu vivo a vida, a vida não me vive. Ela nem me dá confiança, eu quem vou atrás dela”.


Qual o melhor lugar do mundo para viver? Dercy: “Qualquer lugar é bom, desde que você seja feliz. A felicidade quem faz é você. Ninguém comanda os seus sentimentos. Eu sou feliz. Não faço mal a ninguém. Luto para receber a mensagem de Deus e receber tudo que eu faço de bom de volta. Faço questão de ser boa para poder receber. Eu não dou à toa!”. TiTiTi: Quem é o seu grande ídolo? Dercy: “Jesus Cristo é meu grande ídolo. Ele só sofreu, morreu...nunca mais foi esquecido. Ele é o maior ídolo do mundo. Nem precisou de mim para fazer sucesso, nem nada”.


Você tem animal de estimação? Dercy: “Bicho de estimação? Bicho mesmo é barata, rato, piolho, pulga. Eu não os mato, eu toco neles (Nesta hora Dercy cai na gargalhada).”


E os palavrões que você fala? Isto é desde a juventude? Dercy: “Eu nunca disse palavrão! Por exemplo, cu não é palavrão, é o esgoto do ser humano. Acho que palavrão é fome! Levo todos os dias comida para o porteiro. Tenho pena de quem tem fome e quem pede esmola. Tenho pena porque eu também fui pobre. Eu não tinha nem sapato. Levantar calúnia e desmoralizar uma pessoa de graça, isto é que é palavrão!”



Você foi uma das primeiras artistas da Rede Globo e hoje você não está mais lá, por quê? Dercy: “Fui eu quem pedi demissão da Rede Globo. Eu disse que não queria mais, porque queriam me botar no ‘Zorra Total’ e eu acho aquele programa uma porcaria. Adorei trabalhar com o Boni e com o Roberto Marinho. Ele era um homem que nunca me incomodou, nem reclamou sobre alguma atitude minha. Achava ele uma pessoa encantadora! Tinha vontade de conversar com ele, mas ele era reservado.”


Que projetos e planos você tem para o futuro? Dercy: “Que futuro? eu não tenho mais futuro, eu tenho 100 anos. Eu tenho planos pra vida. Eu faço o que posso e o que quero hoje”.


O que o sexo representa pra você? Dercy: “Eu sou uma mulher, acredite se quiser, que nunca fez sexo. Eu nunca senti nada. Deus fez o sexo por causa das malcriações da humanidade. Não foi para estas safadezas que as pessoas fazem”.


Como você se define? Dercy: “Eu nunca fui uma mulher culta. Eu sempre fui povão. Sou povão até pra comer. Eu me sinto feliz, não tenho queixa nenhuma de mim. Não tenho vontade de ser ninguém, nem a rainha do cacete. Sou rainha pra mim. Eu me amo! Não tenho estudo nenhum e, mesmo assim, vou receber o diploma de Sra. Honoris Causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro”.


Você assiste muita TV? Dercy: “Eu assisto mas não tenho paciência. Tem muita bobagem. Tem muita coisa babaca, agressiva e que me incomoda. eu aprecio a Discovery. Eu tenho admiração por aqueles animais. Quando os vejo, fico apaixonada de ver como eles são carinhosos. Se eu fosse um animal eu seria um cachorro. Eles são tão inteligentes, só faltam falar. Dia desses vi na TV um morcego carregando alimento para o filhote. Fiquei encantada e percebi como Deus deu amor aos animais”.


O que sua família representa para você? Dercy: “É tudo meu. Eu quem fiz tudo. É meu, e eu amo tudo que é meu. Sinto-me uma leoa, dominando minha família. Eu não quero que sofra. Tudo que eu tenho eu dou. Meus bisnetos são uma gracinha. Eu saio de casa e levo ovo de codorna para eles. Dou tudo que posso para eles”.


Você tem muitos amigos? Dercy: Eu não tenho mais amigos. Já morreram tudo! (nesta hora Dercy rir). Eu posso dizer que só tenho conhecidos. Tem gente boa, mas esta palavra amizade é muito forte. É muita responsabilidade. Não sinto saudade de ninguém. Eu não tenho amor. Não tenho inveja. Tenho respeito...respeito aos semelhantes, à minha vida e família.


Por que construiu seu túmulo anos atrás e por que escolheu o formato de uma pirâmide? Dercy: “Quando eu fui a Bancok em 1990, visitei o cemitério dos Deuses deles. Vi cada túmulo lindo; verdadeiras obras de arte. Então escutei uma voz: “Meu nome é Melahel, eu fui assassinado e não tenho túmulo, faz um túmulo pra mim?”. Na verdade eu acho que aquilo foi invenção da minha cabeça, mesmo assim cheguei determinada a fazer o tal túmulo. Em 1991 descobri que estava com câncer no estômago. O médico disse que teria que operar "ontem". Ai eu disse: - Não, doutor, eu tenho que terminar meu túmulo. Então ele permitiu e eu fiz três espetáculos com a UTI móvel na porta do teatro por precaução. Juntei o dinheiro, entreguei para minha sobrinha Lucy e para o marido dela, e pedi que ela fizesse em forma de pirâmide. Ela providenciou o projetista Roberto Cadinelli, que estudou tudo sobre pirâmide e fez igualzinha às do Egito (nas mesmas proporções e posicionamento), só que em vez de ser de pedra é de cristal. Por via das dúvidas, botei um cama de casal pra mim e pra ele. Mande colocar as seguintes palavras: luz, força e energia. Não botei aqui jaz, porque eu não vou dançar (fazendo um trocadilho com jazz)”.


Você já fez várias plásticas e sempre foi muito vaidosa. Até hoje é assim? Dercy: “Sou muito vaidosa porque sou fêmea. A vaidade é um atributo muito feminino e faz parte da higiene da mulher. A mulher é aquela que insinua mas não dá (no sentido sexual). Eu não apareço na frente de ninguém sem estar maquiada e de peruca, Deus me livre! Faço questão de me apresentar sempre bela para o meu público. Quando acordo, pareço uma bruxa, mas me arrumo e me transformo numa Barbie”.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Uma de mulherzinha

Já não sou mais a mesma! E não pensem que é fácil pra mim admitir isso....sempre fui legitima representante do sexo... masculino...

Não, definitivamente não sou gay, também não sou hermafrodita, mas sempre tive sentimentos diferentes do que se esperaria de uma mulher normal. Meu gosto por adrenalina, minha falta de jeito na cozinha, meu atrapalhamento com crianças, a incapacidade de aprender a usar delineador, tenho tudo isso, mas o que me definia como um macho com um par de cromossomos X era minha total e absoluta tranquilidade em relação ao sexo, entendendo muito bem que sexo e amor não tem nada a ver um com o outro.

Minha cabeça sempre foi muito tranquila em relação a isso, sem tabus. Não que saia por aí dando mais que chuchu na serra, mas acho que promiscua não é uma palavra que combine comigo. Mas sabe, pintou a situação, pintou desejo, pintou confiança, uma vez na vida outra na morte, por que não? Isso era bom para mim, por que eu nunca me apaixonava de verdade e por isso tinha pouca paciência (e muito mesnos jeito, sou estabanada emocionalmente) para tentar engrenar um relacionamento sério.

Como passava looooooooooooooooongos períodos sozinha e mulher que é mulher também gosta de sexo, mantinha sempre um caso fixo. Aquele cara gostozinho, cujo telefone nunca sai da tua agenda, mas que por um motivo ou por outro você nunca nem cogitaria namorar, mas que rende uma noite e tanto. Entre um namoro e outro sempre mantinha um assim nessa situação, para quando a carência chegasse a um patamar insustentável era só ligar e brincar a noite toda.

Isso me servia, me bastava, sexo de qualidade, sem cobraça, sem chateação e sem vergonha. Achava que só servia assim....

Até que um belo dia me apaioxonei. Namorei sério e o sexo era uma maravilha. Terminou. E por muito tempo eu não queria mais ninguém. Pouco tempo depois me apaixonei de novo, perdidamente. Foi mais um caso que namoro, o sexo era uma maravilha, mas enchi o saco da indecisão dele. Terminou. novamente período sozinha, nem ai para nada. Aí me apaixono pela terceira vez (isso num período de pouco mais de dois anos), O sexo não era performático como os outros, mas meu coração o sentia absolutamente delicioso, único.

O tempo passou e achei que estivesse me desapaixonando. Um dos meus casinhos me liga, pois também estava afim de uma noitada. Penso, repenso, que mal há nisso? Talvez seja bom, faz bem para pele, para o humor, estou solteira, não é um desconhecido, sabe o que gosto... que mal há nisso...

Nem bem partimos do papo para a ação caio num choro compulsivo, grande mico, mas que meu companheiro entendeu. Choro sentido, choro de pouco glamour, choro sincero. Chorei pois não queria sexo casual, não queria mesmo. Queria meu amor perdido de volta, queria meus sentimentos de plenitude de volta, queria o sonho que era meu e que agora me era negado sonhar.... pronto, virei mulherzinha...

Sexo passou a ter relação com amor na minha vida, naquela noite não fiz sexo, mas chorei um bocado, sozinha, em casa, me sentindo uma merda por um dia ter banalizado algo de que é impossível ser banal. Senti talvez nunca mais conseguisse fazer sexo de novo sem amor... amar vicia.

Fúria contida



Co-habitam em mim duas mulheres. Tão distintas quanto marcantes.

Uma é só docura, paz, bondade e compaixão.

Aoutra é pura fúria. Nenhum outro sentimento: apenas fúria.

Essa furiosa anda dando as caras com mais frequencia do que eu gostaria. Anso insoprtavelmente furiosa e como o bon senso me impede muitas vezes de dar vazão a toda minha ira, a vítima mais frequente de todo o meu potencial bélico sou eu mesma.

Ando friosa também por não poder quebrar tudo como gostaria, todas as caras, ah! quantas são! que eu gostaria de desfigurar.

Essa fúria em mim sempre existiu, sempre fui tremendamente furiosa, como tudo e o tempo todo e as vezes ela é tanta que chega a doer como doi tristeza e saudade. E ela volta cada vez mais violenta e quase não se aguentando no peito, quase arrebentando o coração que a prende.

Não sei se é o correr dos dias, dos anos, a sensação de estar sendo injustiçada, a inércia, a burrice própria e a alheia, a frieza frente ao sofrimento do outros, tudo isso alimenta a minha fúria.

Sei que a fúria é um sentimento necessário como todos os outros, mas tenho medo que no lugar dos sorrisos, ela vinque meu rosto e eu passe a me indentificar em definitivo com esse sentimento que em alguns momentos tão pouco se parece comigo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Pedindo favor

Hoje fiquei triste por não poder fazer um favor a uma grande amiga, amiga não, irmã, mas que isso, irmã gêmea (nascemos no mesmo dia). O problema é que não dependia de mim, o favor era pedir favor a outra pessoa e aí tá o erro. Até pedi, mas tenho horror a pedir favor.

Não foi essa negativa que me traumatizou, mas aprendi hoje que nem a todo mundo se deve pedir favor, nem a todo mundo se deve pedir conselho, nem a todo mundo se pode pedir ajuda, mais que ajuda apoio, ou simplesmente um empurrãozinho. Pior ainda se essa má vontade vem de uma pessoa que te ofereceu ajuda (na época que ofereceu era uma provavel desculpa para tentar ter um bom jantar, entenda-se "eu a pururuca" ou "eu ao molho pardo" ou "eu com fritas").

Não é só te enrolar quanto a realização do tal favor, com mil "amanhãs", "na próximas semanas" e "te ligo pra dizer quando posso". Um simples não posso ou não vai rolar seria melhor do que tentar de fazer desisitir de uma empreitada para qual ante te deu a maior força.

A gente deve ter cuidado a quem pede favor e muito mais de quem aceitar.

Não gosto de pedir favores, tirar proveito ou simplesmente ser folgada. Não gosto de nada que não dependa exclusivamente de mim. Previro pagar e caro a ter que pedir.

Decidi que desisiti do favor e amanhã vou procurar quem me faça isso mesmo pagando, é uma necessidade...

Só sei que estou muito mau-humorada hoje, principalmente depois de assisitir todos os clipes do ABBA que desencadearam um crise de choro pela lembraça de um amor perdido. Ainda bem que o dia já está no fim, assim ele não foi de todo perdido.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Sintomático II

Algumas coisas na sociedade atual são sintomáticas. São sintomas de que a gente está indo por uma estrada de mão única cujo fim é uma sociedade de robôs, sem defeitos, sem falhas, sem sujeirinha a custo escondida e absolutamente sem graça (ou absolutamente hipócrita).

Não sei se vocês já ouviram falar, mas os países onde mais ocorrem suicídios são agueles bem certinhos. Sempre achei ser certinho demais muito sem graça, mas acho que a gente não tem o direito de ser "erradinho" em relação aos outros, mas na sua vida pessoal, o legal mesmo é dar bola fora. O mundo é doente, ninguém mais pode gostar de criança, ninguém mais pode abraçar ninguém do mesmo sexo, ninguém pode pedir um favor. Tudo hoje em dia é errado, feio e sujo. Será que tudo é mesmo malvado, feio e sujo ou estamos mesmo é com sujeira nos nosso olhos? Sintomático.

Tõ escrevendo isso depois que li uma matéria falando de uma foto publicada na capa de uma revista, acho que autraliana A foto era de uma menina de sete anos nua. Nada demais a foto, não aparecia nada demais, nenhuma parte "pudenta", a mãe da menina era fotografa, então saiu uma coisa bem artistica. A própria menina, tudo bem que ela ainda tem 13 anos, disse não ver problemas com a foto. Acho que a mãe deveria ter deixado para publicar a foto depois que a "modelo" entrasse na maioridade e decidisse sobre a exposição que suportaria do proprio corpo.

Mas digo isso pelo quesito intimidade e direitos sobre a própria imagem. Vi a foto e posso assegurar que pedofilia não passou pela cabeça da mãe na hora que a bateu.

A gente tá doente. Não confiamos mais em ninguém, na honestidade, no caráter, na insenção, quando na verdade deveria ser o contrário, porque até no direito a boa fé se supõe e a má fé se prova. Hoje todo mundo é sujo, feio e malvado até que se prove o contrário, sintomas de uma sociedade doente, pois mocinhos e mocinhas, a gente só enxerga o que se reconhece, ou seja, quando a gente vê maldade onde ela não existe, isso quer dizer que a maldade na verdade está dentro de nós. Muito sintomático.

Eu tenho foto pelada quando criança. Só não ponho aqui porque nem sei por onde andam. E não são aquelas tradicionais que nos matam de vergonha. Criança odeia ser fotografada no banheiro (quem não odiaria). São fotos minhas à vontade com o meu proprio corpo, coisa que só a infancia e a inocencia permite. Recordações de uma alma nua que não conhecia a maldade que um corpo pode despertar nas cabeças adultas. São retratos de uma sinceridade comovente, porque são simplemente eu, ainda sem as roupas e véus que vão nos colocando e cegando a alma ao longo do anos e livre dos limites frustrante de uma roupa.

Tem uma canção de de Gilberto Gil na qual ele diz que se quisermos falar com Deus, temos que ter a alma e o corpo nus. A alma de uma criança é sempre nua, então sem a maldade de uma ser humano adulto, uma criança nua está simplesmente em estado eterno de oração.

Temos que proteger nossas crianças das pessoas más que ralmente existe, mas temos que protegê-las também da maldade que nós colocamos em tudo. Acho que é por isso que hoje em dia existem tantas pessoas com problemas psicológicos associados a uma imagem distorcida de si mesma. Se é errado nos mostrar é por sermos ofensivos. Nosso corpo não é ofensivo. Sou contra a vulgarização do nosso templo mais sagrado, mas também sou contra achar que ele está na origem de todo o mal.

E cada um faça com o seu o que quiser. E arque com as consequecias.