quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Basta! Queremos paz (por Butterfly)


O crime compensa? (por Butterfly)

Os dados da violência no Brasil são alarmantes. Nem precisaria de pesquisa nenhuma pois já estamos cansados de saber disto, não é mesmo? Não conheço ninguém que não tenha sido assaltado ou que tenha um amigo ou parente imune a esta triste violência. Eu mesma tenho uma amiga que foi assaltada mais de cinco vezes, aliás, ela até perdeu a conta. Para se ter uma idéia, apenas em 2006 foram registrados 4.638 assassinatos, no Estado de Pernambuco, mas apenas 38 supostos assassinos foram capturados até o final do ano. Enquanto isto 4.600 criminosos estão livres, leves e soltos.
Cada vez mais a população brasileira se vê “refém” da criminalidade, do medo e cidadãos de bem têm que ficar “presos” em suas próprias casas, protegidos por muros, cães de guarda e câmeras de segurança. Sair para trabalhar ou passear virou um desafio e voltar para casa sã e salvo, uma questão de sorte ou proteção divina.
O semáforo está vermelho, quer dizer PARE, certo? Errado! Deveríamos parar, mas se fizermos isto, em alguns semáforos das grandes cidades, corremos o risco de ser assaltados, ou até mesmo levar um tiro.
Como se já não bastasse o clima de insegurança, o poder judiciário brasileiro vai seguindo o caminho da desacreditada classe política. Neste exato momento há milhares de processos mofando nos arquivos dos tribunais enquanto criminosos se caminham nas ruas, com se nada tivessem feito. Alguns dos que foram julgados se valem das punições brandas da Justiça brasileira que possibilita aos criminosos um período de prisão menor do o que eles foram sentenciados no dia do julgamento.
Quem não se lembra do caso de Guilherme de Pádua, que assassinou brutalmente a atriz Daniella Perez, em um ritual satânico? Ele foi condenado a 19 anos de prisão, mas só cumpriu um terço da pena. Há sete anos ele “conquistou a liberdade”, por ter se comportado direitinho na cadeia. Hoje ele vive em Belo Horizonte, sua terra natal, casou e converteu-se ao protestantismo. É isto ai! Ele segue sua vida como se nada tivesse feito. A “justiça” brasileira deu este direito a ele.
Que país é este? E como não deve se sentir a mãe de Daniella Perez, a autora de novelas Glória Perez? Um criminoso como este deveria ser condenado à prisão perpétua, pois ele não matou apenas Daniella, mas destruiu a vida de toda uma família.
Sinceramente, eu não consigo entender o sistema penal brasileiro que é como uma mãe “gentil” e permissiva para os políticos e juízes corruptos, estupradores, pedófilos, ladrões do colarinho branco, empresários que destroem a floresta amazônica... Só quem se ferra mesmo são as vítimas que pagam caro, seja com os bens materiais, ou até mesmo com suas vidas. É como se elas tivessem sido culpadas por terem sofrido o assalto ou até mesmo morrido com uma bala que resolveu “passear” pelas ruas, num belo de sol no final da tarde. E ai vem aquele pensamento: - Está vendo, quem mandou sair de casa?
Muitos heróis que tentaram lutar pela justiça de crimes cometidos contra pessoas e natureza, a exemplo do seringueiro Chico Mendes, pagaram com a vida. Outros simplesmente tentavam exercer o direito de ir e vir, quando foram covardemente assassinados por balas vindas de revólveres segurados por bandidos sanguinários que apertam o gatilho, mesmo que a vítima não ensaie qualquer reação.
Pesquisas mostram que de acordo com a idade das vítimas, varia o tipo de violência sofrida. Até os quatro anos, as crianças tendem a sofrer com maus-tratos e violências praticados pelos pais. Dos cinco aos nove anos, predomina a violência sexual. A partir dos dez anos, cresce a incidência de vítimas de assassinadas e a faixa etária mais crítica é entre 15 a 19 anos, quando os homicídios representam 53% do total de mortes.
Basta! Estamos cansados de ver tanta violência! Lugar de criminoso é na cadeia ou numa clinica de reabilitação. Não nas ruas, nos assustando, nos deixando aprisionados, tensos toda vez que temos que tirar o carro da garagem, ir ao banco, caminhar pela praia. Para estes marginais não existe limite. Eles até assaltam e matam pessoas que estão em suas casas, com telefonemas ameaçadores. Não se assuste quando um dia você atender ao telefone e na outra linha ouvir: isto é um assalto! Seria engraçado, se não fosse assustador, mas não duvido de mais nada.
Até o dia em que a impunidade reinar no Brasil ou em qualquer país, não tem jeito. É rezar para que você não seja a grande “contemplada” do dia. Fique atenta ao sair de casa, não dê chances a eles. Faça por onde! Não é todo mundo que pode andar em carro blindado e ter segurança particular. Há vários sites onde você pode encontrar dicas importantes, acesse o www.google.com.br e busque “dicas contra assaltos ou roubos”, que logo aparecerão dezenas de websites.
Enquanto justiça e autoridades competentes não agem, por omissão ou lentidão, a sociedade civil se organiza e reivindica unida por seus direitos. São dezenas de ONG’s, a exemplo da Viva Rio (www.vivario.org.br) ou Sou da Paz (www.soudapaz.org), formados por grupo de pessoas que perderam um amigo, parente ou até mesmo toda a família.
Indignada com a violência que vive “deitada em berço esplêndido” em nosso país, resolvi fazer este texto para dizer que apesar de todos os dados desfavoráveis, eu tenho um sonho (“I have a dream”), assim como o Martin Luther King teve um dia e sei que você, cidadão de bem, também pensa como nós. Sei que sou como aquele beija-flor que queria apagar o fogo de uma floresta, carregando água em seu pequeno bico, mas vários beija-flores podem fazer a diferença. Sonhamos com a paz no mundo e no dia conseguiremos substituir as armas, por flores nas mãos! Assim seja!

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