sábado, 9 de fevereiro de 2008

Quem tem medo do aquecimento global?

Tá bom, tá bom! Já sei que o assunto é manjado, mas preciso falar também. Dias desses estava vendo um dos telejornais noturnos com a minha mãe ao meu lado. Estava sendo noticiada uma dessas catástrofes bem horrorosas sempre causadas, pelo também manjado, efeito estufa. Minha mãe começa a ladainha: “ah! O homem é muito irresponsável, estamos destruindo o planeta e ninguém faz nada! É absurdo”.

Pois bem, concordo e calo-me. Passam-se dias e informei a minha mãe que conheci uma cooperativa de reciclagem na cidade e que a gente podia sugerir aos moradores (minha mãe é presidente do conselho do condomínio) uma coleta seletiva, nada de mais, só separar o seco do molhado e doar, ou mesmo vender para essas cooperativas. Além de ser bom para o meio ambiente, podia até baixar um pouco o preço do condomínio com a venda do material. Sabe qual foi a resposta da “Paladina do Meio-ambiente”, a senhora minha mãe? Curta e grossa: não, dá trabalho demais”.

Confesso que fiquei bege. Aliás fico sempre bege como lá em casa todo mundo critica a poluição e a catástrofe ambiental, no entanto deixam dois televisores 20”, um de 21” e outro de 29”, três aparelhos de DVD ligados o dia todo, tomam banho quente ao meio-dia no verão, jogam óleo de fritura pelo ralo da pia da cozinha, deixam todas as torneiras abertas e usa mil e quinhentas sacolinhas de supermercado para trazer um limão. Minha irmã fica no quarto com o CD player, o computador, a TV e o ventilador ligado ao mesmo tempo, além da lâmpada. Como tudo no discurso é diferente... precisava ouvir a resposta do meu pai quando sugeri que usasse sacolas de pano para trazer as compras. E nem adiantou falar das pobres tartarugas que morrem engasgadas com as sacolas.

Juntar o óleo e entregar nos postos de coleta para virar sabão em vez de poluir os lençóis freáticos? Tá de palhaçada comigo? E é assim: todo mundo reclama das inundações em áreas de risco, mas não hesita em jogar um papel de bala pela janela porque que vai entupir as galerias. Todo mundo fala que o ar está poluído, mas não se dispões a ir de ônibus para trabalho pelo menos uma vez por semana (o que além do ar, melhoraria o trânsito). Reclama da falta de água e lava as calçadas. Diz que tudo é culpa do homem! Ah! Super bacana! Eu também concordo, mas é preciso lembrar que os homens somos nós: eu e você. Não é o vizinho, o presidente americano ou um caçador: somos todos nós.

Acho na verdade eu sou a única pessoa no mundo assustada com o aquecimento global, que tem uma agenda do Greenpeace de papel reciclado, não joga lixo na rua e usa copos de vidro para beber água mesmo no trabalho. Sei que faço nada, nada mesmo para mudar. E lamento que as pessoas também só reclamem e também não façam e ainda falem mal de quem faz. Comentei com uma amiga minha que na clínica onde fui fazer uma ultrassom pélvica tinha um cartaz em cima do bebedouro: “Por favor utilize o mesmo copo até encher a bexiga. Colabore com o meio ambiente”. Achei massa, mas a maioria das pessoas disseram que o dono da clínica era amarrado, pão-duro. Que fosse, mas usei só um copo. Quando comentei do engenheiro que reaproveita a água da chuva e a da máquina de lavar para dar descarga, disseram a mesma coisa. Que seja. Mas ele está fazendo algo.

Uma das minhas maiores preocupações... não, é a maior mesmo, é com a água. Principalmente por acompanhar dia a dia os açudes que secam no meu estado e os municípios que dependem dos carros-pipa. A gente sente o aquecimento na pele, mas se tranca num mundo com ar-condicionado, que só piora a situação e esquece do resto. Por favor, por mim, por você, por quem ama, não esqueça. Faça alguma coisa, faça a sua parte. Cala a boca e faça alguma coisa e logo, pára de fingir que não é com você. Quer começar? Dá uma entrada nesses sites e mãos a obra. Ainda acredito em você.

http://www.uniagua.org.br/
http://www.wwf.org.br/participe/dicas/index.cfm
http://www.cprh.pe.gov.br/ctudo-secoes-sub.asp?idsecao=136

E se você for no Google acha muito mais.

Por Orquídea

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