terça-feira, 25 de março de 2008

Mais uma pirangueira no mundo (por Orquídea Selvagem)


As mulheres me perdoem, mas ouso confersar que dirijo melhor um fogão que um carro (e olha que só sei ferver água e fritar ovo). Sei que em breve conseguirei ir de casa para o trabalho ir ao shopping ou ir à cidades vizinhas, mas ter fé de que serei um az no volante como algumas mulheres que conheço, isso eu não tenho, não.

Olha que até me saí bem na auto-escola, passei de primeira na prova do Detran sem nunca ter pegado num carro na vida e ter feito só 10 aulas, mas tenho sérios problemas. Sempre que saio do carro esqueço tudo que aprendi, então na aula seguinte começo do zero.

Desde que tirei a carteira provisória e consegui bater um fusquinha em três carros diferentes e um pilar de concreto, tudo isso sem sair do estacionamento do meu prédio, criei pânico de guiar qualquer coisa que tenha quatro rodas e um maldito pedal chamado embreagem que acredito um dia, Senhor, hei de descobri pra que serve.

Comprei um carrinho do meu avô, renovei a carteira e eis que todo o pavor de voltar as ruas chega novamente. Chamei meu vizinho, ex-instrutor para me ajudar a pegar jeito com o danado do carro.

Acho que vou precisar pagar ao meu instrutor um adicional por insalubridade. Desde que engato a primeira começo a gritar e só paro para perguntar o que fazer ou quando chego em casa. E ai de quem falar comigo, se alguém me dirige a palavra, o volante empena automaticamente e fico querendo dar voltas em torno de mim mesma como uma galinha doida.

Admito: sou um horror no volante. Não consigo pensar, falar e dirigir ao mesmo tempo, na verdade acho que nem consigo pensar e dirigir... algumas vezes nem pensar eu consigo...

Mas o que não me falta é fé, com tanto motorista ruim no mundo ninguém vai notar mais uma pirangueira por aí.

Para completar minha alegria, depois de ter feito reparos no meu carrinho com cola super bonder e durex, de ter comprado aquelas coisinhas para melhorar o cheirinho e acabar minhas unhas arrancando os adesivos do dono anterior dos vidros, passando pelo estacionamento percebo que o carro está meio torto: um pneu vazio e três em vias de ficar. Dei ao porteiro do prédio um ovo de páscoa pela gentileza de ter se oferecido para trocar o pneu e não ter aceitado pagamento em dinheiro pelo trabalho.

Depois da minha via crucis pessoal na fracassada viagem a Nova Jerusalém na sexta-feira da Paixão nada melhor que pagar com um pneu furado no sábado de Aleluia.

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