Antes de começar a escrever fui pesquisar na internet para saber se o ditado do título estava certo. Na verdade as duas variações são usadas: "dá mais que chuchu na serra" e "dá mais que chuchu na cerca" são duas variações do mesmo tema: o chuchu é uma trepadeira que dá que só a mulesta.
Tava procurando uma foto de um chuchu em uma cerca no Google quando achei essa pérola, esqueci até o assunto sobre o qual queria escrever depois de me impressionar em como a natureza também é bem sacana. Acho que não preciso dizer com que esse chuchu tem mais que uma ligeira semelhança, mesmo só um tantinho desproporcional, mas acho que a natureza foi mais criativa em diferenciar as partes intimas humanas do que os rostos, então por sorte ou azar alguém pode achar mais familiar que a maioria.
Mas estou aqui pra falar de outras coisas...
Tava pensando sobre as campanhas de auto-estima para prostitutas. Acho estranho isso. Acho que só fazem isso por ter consciencia de quanto essa vida deve ser dura, sem trocadilho, no pior sentido da palavra, pq se fosse bom, ninhgém precisaria fazer tanta propaganda. Vcs sabiam que o dia internacional da prostituta é no dia 2 de junho? Fiquei sabendo há cinco minutos lendo um folder sobre a programação cultural que vão fazer aqui nesse dia (o ótimo é que o older é supersofisticado e algumas das atividades serão feitas no cabarés, mas o convite é pra todas as moçoilas de vida fácil ou difícil, não importa).
Tava pensando que apesar de ser a profissão mais antiga do mundo deve estar em vias de extinsão, pelo menos como atividade profissional, porque acabar com a putaria generalizada (com perdão das expressões) é missão quase impossível. Isso não é só em relação a sexo, mas vou me deter a isso hoje (bem que dizem que quem muito fala, não pratica, eis a prova viva).
Apesar de eu estar fora do mercado de paqueras, namoros, ficas, rolos e afins, fico pensando se na era digital alguém ainda precisa recorrer a bordeis e usar para pagar a alguém, a grana que poderia ser usada pra frequentar um motel melhorzinho. Digo isso pq vejo cada coisa na internet que me arrepia e não é de exitação.
Arranjar alguém para namorar hoje em dia é dificil, mas se quiser, em cinco minutos descolo um parceiro que vai jurar por 15 minutos que sou maravilhosa e esquecer completamente a minha cara no dia seguinte e isso tudo de graça. E ainda tem o agravante de ter a certeza que ao menos uma gota de tesão por você aquela pessoa tem.
Fico pensando também que essa profissão ganhou um certo glamour depois do livro da Bruna Sufistinha, e da Capitu da novela.... Siceramente não sei quantos reais me faria perder o orgulho, a vergonha oua calcinha, mas acredito que todo mundo tem seu preço, apesar de que não sei se suportaria o estigma, apesar de saber que isso é bastante relativo e que se o problema é currículo, conheço uns de não profissionais que são quilométricos.
Tá, admito que fui preconceituosa, mas fazer o que? É uma profissão, opção de vida, sei lá, mas não, nunca como outras qualquer... é tipo barriga de alugeul, gente contratada pra chorar em velório, as conhecidas carpideiras, é até mesmo o ator, são profissões que mexem com coisas que envolvem emoções que muitas vezes ficam bem melhor embaixo do tapete. E conviver na vida profissional o que já te atormenta na vida pessoal, o desejo, sexo, morte, dor, dúvida, seja o que for, é demais. Dar mais que chuchu na cerca é um direito de cada uma, mas acho que ninguém acha legal ter que passar troco depois.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Mais que chuchu na cerca
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Nem de uva nem de manga
Tem um blog na net, que nem sempre lembro de ler, mas tem umas tiradas geniais. Não lembro o endereço, pois sempre entro por acaso, mas se você colocar qualquer palavra que tenha a mínima conotação sexual no Google posso apostar que vai aparecer algum link do Blog do Urso. O Urso é o cara mais mal-humorado e desbocado que já ouvi falar na vida, mas fala um monte de verdades e dá umas dicas interessantes.
No artigo que entrei, meio sem querer, o tema era sexo oral. Algumas pessoas comentavam falavando de cumplicidade, de conhecer bem o parceiro, ou seja tempo, era um ótimo ingrediete para garantir um sexo pelo menos satisfatório, principalmente essa modalidade que na minha opinião exige mais intimidade que todas as outras. Achei ótimo o Urso lembrar aos marmanjos que clitores não é manga, sacou?
Bom, mas o que quero agora falar é outra coisa.
Não sou nenhuma sex-machine, acho que na verdade sou mais propaganda do que fato (e a propaganda, que é a alma do negócio, foi criada por pessoas que nunca dormiram comigo, ou seja, minhas amigas), mas sabe uma das coisas que me passa pela cabeça assim que um relacionamento se encerra?
Resposta: "Ai, meu Deus! Daqui a quanto tempo vou fazer sexo que preste novamente?"
Não pensem que todos aqueles que já namorei na vida são perfeitos em todas as modalidades das olimpiadas sub-lencóis, mas se estou com alguém, pode ter certeza que está sendo no minimo satifatório mesmo que seja pelo carinho, atenção e preocupação, gosto de ser mimada. Sexo nunca foi apenas um pênis, uma vagina, uma lingua e alguns dedos....
E isso leva tempo, acho que é muito dificil que a primeira noite com quem quer que seja, seja perfeita... ou porque você está insegura com a barriguinha, ou porque te pegou desprevinida e a depilação tá meio vencida... coisas de mulher e que a maioria dos homens nem notam, acreditem colegas.
Precisa tempo para conseguir rir da cara do outro em horas imprórpias e não quebrar o clima, precisa de tempo para os parceios perceberem se a cara que o outro está fazendo é na verdade tesão ou incômodo. E é aí que entra a história da manga.
O cara da manga que falei acima dizia que a nova namorada não aguentava que ele fizesse sexo oral por muito tempo.... ele acreditava piamente que isso aconteceia porque ele era 'o cara' e levava a pobre coitada às alturas rapidamente. Na verdade o troço deveria tá tão ruim que ela queria logo que ele se satisfisesse e terminasse a tortura toda: coitadinha. Pobre clitores.
É preciso tempo para deixar alguem a par de nossas manias. Já dizia Caetamo que de perto ninguém é normal, e nunca estamos tão perto de alguém do que quando se faz sexo com ela. A única vez em que você esteve tão perto de alguém foi quando estave na barriga da sua mãe. Nada aproxima tanto duas pessoas quanto uma estar dentro da outra, concordam? E concordam que caso você não tenha recebido nenhum órgão em transplante, depois que você nasceu, nunca esteve tão perto de alguém como nessa situação.
Como ninguém é normal meeeeeeesmo e não existem dois doidos iguais no mundo, mesmo em casos de histeria coletiva, é impossível advinhar com 100% de certeza o significado dos torces e retorces do corpo alheio, se ele não lhe é familiar.
A conquista é boa, conhecer os hábitos, as humanidades de alguém em começo de relacionamento é bom, mas afinar os ritmos sexuais não tanto, pois são necessários momentos ruins até chegar a um bom. Talvez se houvessem menos pudores em dizer o que se gosta ou não, a inexistência absoluta de orgasmos em muitas relações não fosse um tema tão em voga atualmente.
Mas como sempre digo, o importante é ser feliz, então gatas, comuniquem-se e eu garanto que ele não vai te olhar estranho a próxima vez que te ver.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
CHEGA!
Chega!
Chega de cinismo!
Chega de hipocrisia!
Chega de mentira!
Chega de violência!
Chega de gente querendo se dar bem!
Chega de gente que banca a vítima só pra levar vantagem!
Chega de gente sem vergonha na cara e que faz xixi na rua!
Chega de favelização!
Chega de dengue!
Chega de asfalto esburacado!
Chega de falta de saúde para o povo!
Chega de governantes omissos!
Chega de roubo!
Chega de bancar o avestruz e enfiar a cabeça na areia para fingir que não está vendo o que está acontecendo de errado!
Cheeeeeeeeeeeeeeeeega! Cheeeeeeeeeeeeeeeeeeega! Cheeeeeeeeeeeeeeeeeeega! (Texto da Marília Pera na novela Duas Caras)
quarta-feira, 7 de maio de 2008
SPE Primeira parte: consciência ambiental
Quando as rodas do avião encostaram na pista de pouso do aeroporto de Recife, era como se o tranco fosse o súbito despertar de um sonho. “Hora de voltar à realidade, garota. Hora de pôr os pés no chão ao qual você realmente pertence”. Pela primeira vez na vida não me sentia feliz em regressar, pela primeira vez na vida, a minha cama não me pareceu a melhor do mundo e o meu lar não tão meu assim. pela primeira vez não gostei do Brasil.
Amigos me disseram se tratar da SPE (Síndrome Pós-Europa), uma doença (ainda não descoberta pela ciência heheh) que acomete às pessoas que passam dias, meses ou anos em aparentes paraísos europeus e de repente chegam num lugar cheio de coisas para corrigir, cheio de incongruências, desigualdades, erros e contradições. E não são poucas. Hoje desenrolo a primeira.
A mais importante, e em moda, delas talvez seja a relação com o meio ambiente, a consciência ambiental.
Passar dias, meses ou anos em um lugar em que as pessoas separam o lixo, trocam o carro pela bicicleta ao ir para o trabalho e tem as cidades infestadas por praças e jardins provocam algumas reações quando a pessoa se depara com um trânsito absolutamente caótico, as ruas cheias de papel de bala e as calçadas de buraco, carros de som mal-educados arrancando o restinho de sanidade que ficou grudado nas paredes das nossas caixas cranianas já esvaziadas pelo estresse.
A cara fechada européia nem sempre tão simpática é compensada pelo respeito ao direito alheio de andar nas ruas limpas, de chegar ao trabalho no horário, de não ter o cabelo permanentemente fedendo a nicotina mesmo sem nunca ter posto um cigarro na boca, de atravessar a rua sem doses extra de adrenalina.
Estou doente e essa doença me irrita porque não quero virar mais uma cidadã que só sabe falar mal de um país que até quinze dias atrás era o lugar que eu mais amava no universo inteiro. Um lugar onde em cada canto eu me sentia em casa e hoje já não me sinto mais.
A gente vai andando pela rua e de repente dá vontade de implodir tudo e começar do zero, mas não dá. E mesmo que desse, do que iria adiantar se iríamos construir tudo errado de novo? O problema é bem mais embaixo.
Quando vinha, pude ver minha cidade toda do alto e nunca a achei tão bonita. Isso vista de cima onde a gente não ouve e não vê de perto certas coisas. Mas prefiro ver a cara feia que temos daqui de baixo para ver se me esforço para fazer alguma coisa.
Muitas vezes sou a eco-chata da Três Virgens, mas sinto necessidade de gritar, não só de gritar, porque gritar todo mundo grita, mas para o vizinho ouvir e nunca para si mesmo, nunca para fazer sua parte e deixar de colocar a culpa do fim do mundo em quem não assinou o tratado de Kyoto.
Confesso que essa organização européia me irritou nos primeiros dias. Ás vezes parava com um objeto na mão sem saber em qual dos três lixeirinhos depositar o que tinha nas mãos. Mas quando cheguei, apenas 10 dias depois, me vi de repente na cozinha parada com um papel de pão na mão me perguntando cadê o lixeirinho de colocar material reciclável. É, admito: na minha casa, só tenho um lixeiro na cozinha.
Pensei em comprar mais dois, mas pensei se adiantaria alguma coisa já que ia se misturar ao bolo do resto condomínio e o carro do lixo não iria saber que meu lixo já estava separadinho.Além do mais, dose pra leão convencer meus pais de que isso é necessário.
Mas sempre há uma luz no fim do túnel. Essa luz, bem como as pessoas que acendem essa lanterna, me devolvem um pouco do orgulho verde-amarelo. Ufa! Vez ou outra mais um brasileiro acorda. É claro que de um em um vai demorar um bocado para educar os 186.781.207 habitantes que o Brasil tinha no momento em que escrevi esse texto, segundo o serviço de acompanhamento em tempo real do IBGE.
E nem me venha com a desculpa de que somos um país jovem, temos já 500 anos nas costas e vale lembrar que a Europa foi praticamente devastada na Segunda Guerra, ou seja, temos 445 anos de vantagem. Já passou da hora de criar juízo. Tô errada?