sexta-feira, 18 de julho de 2008

Uma de mulherzinha

Já não sou mais a mesma! E não pensem que é fácil pra mim admitir isso....sempre fui legitima representante do sexo... masculino...

Não, definitivamente não sou gay, também não sou hermafrodita, mas sempre tive sentimentos diferentes do que se esperaria de uma mulher normal. Meu gosto por adrenalina, minha falta de jeito na cozinha, meu atrapalhamento com crianças, a incapacidade de aprender a usar delineador, tenho tudo isso, mas o que me definia como um macho com um par de cromossomos X era minha total e absoluta tranquilidade em relação ao sexo, entendendo muito bem que sexo e amor não tem nada a ver um com o outro.

Minha cabeça sempre foi muito tranquila em relação a isso, sem tabus. Não que saia por aí dando mais que chuchu na serra, mas acho que promiscua não é uma palavra que combine comigo. Mas sabe, pintou a situação, pintou desejo, pintou confiança, uma vez na vida outra na morte, por que não? Isso era bom para mim, por que eu nunca me apaixonava de verdade e por isso tinha pouca paciência (e muito mesnos jeito, sou estabanada emocionalmente) para tentar engrenar um relacionamento sério.

Como passava looooooooooooooooongos períodos sozinha e mulher que é mulher também gosta de sexo, mantinha sempre um caso fixo. Aquele cara gostozinho, cujo telefone nunca sai da tua agenda, mas que por um motivo ou por outro você nunca nem cogitaria namorar, mas que rende uma noite e tanto. Entre um namoro e outro sempre mantinha um assim nessa situação, para quando a carência chegasse a um patamar insustentável era só ligar e brincar a noite toda.

Isso me servia, me bastava, sexo de qualidade, sem cobraça, sem chateação e sem vergonha. Achava que só servia assim....

Até que um belo dia me apaioxonei. Namorei sério e o sexo era uma maravilha. Terminou. E por muito tempo eu não queria mais ninguém. Pouco tempo depois me apaixonei de novo, perdidamente. Foi mais um caso que namoro, o sexo era uma maravilha, mas enchi o saco da indecisão dele. Terminou. novamente período sozinha, nem ai para nada. Aí me apaixono pela terceira vez (isso num período de pouco mais de dois anos), O sexo não era performático como os outros, mas meu coração o sentia absolutamente delicioso, único.

O tempo passou e achei que estivesse me desapaixonando. Um dos meus casinhos me liga, pois também estava afim de uma noitada. Penso, repenso, que mal há nisso? Talvez seja bom, faz bem para pele, para o humor, estou solteira, não é um desconhecido, sabe o que gosto... que mal há nisso...

Nem bem partimos do papo para a ação caio num choro compulsivo, grande mico, mas que meu companheiro entendeu. Choro sentido, choro de pouco glamour, choro sincero. Chorei pois não queria sexo casual, não queria mesmo. Queria meu amor perdido de volta, queria meus sentimentos de plenitude de volta, queria o sonho que era meu e que agora me era negado sonhar.... pronto, virei mulherzinha...

Sexo passou a ter relação com amor na minha vida, naquela noite não fiz sexo, mas chorei um bocado, sozinha, em casa, me sentindo uma merda por um dia ter banalizado algo de que é impossível ser banal. Senti talvez nunca mais conseguisse fazer sexo de novo sem amor... amar vicia.

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